Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Santa Catarina está na rota dos gafanhotos? (VÍDEO)

Nuvem é formada por cerca de 40 milhões de insetos, que sobrevoam a Argentina e se aproximam do Uruguai
Por Marciano Bortolin Florianópolis, SC, 26/06/2020 - 19:01 Atualizado em 26/06/2020 - 19:04
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

O frio que chegou ao estado pode contribuir com o desvio da nuvem de gafanhotos vinda da Argentina. A Epagri segue monitorando os insetos. “Esta nuvem já esteve mais próxima da fronteira com o Rio Grande do Sul e agora teve um deslocamento para o norte do Uruguai. Tivemos acesso a alguns dados e conseguimos simular uma trajetória futura. Utilizamos dados do inseto, como altura do voo, quanto tempo voa por dia, velocidade, direção do vento, pressão atmosférica e conseguimos os dados para três dias, mas tem que ser atualizado ferquentemente, como uma previsão do tempo”, comenta o pesquisador da Epagri/Ciram, Kleber Trabaquini.

Ele explica ainda que, conforme estudos, a nuvem possui 40 milhões de insetos e tem 10 metros quadrados. “Eles se alimentam de quase todas as plantações e vegetação que encontra pela frente. O estrago para a agricultura é muito grande. A temperatura baixa e a chuva são desaforáveis para os insetos. O que ajudou na mudança de rota é a frente fria que chegou aqui. Ainda não pode afirmar que passe pro Santa Catarina. Há uma tendência de se aproximar da fronteira com o Rio Grande do Sul, não tem como afirmar se vem ou se estamos livres. Eles param um dia para se alimentar, a noite pousam e vão traçando a rota conforme a direção do vento. A atmosfera é determinante nesta trajetória”, enfatiza Trabaquini.

O especialista fala também que a altitude de voos deles é em torno de 50, 100 metros, mas que depende da condição diária. “Em dias mais quentes, se pegar corrente de vento pode voar até 150, 200 metros. Eles vão preferencialmente para áreas onde têm vegetação, alimento para eles”, finaliza.

 

Monitoramento
Ao mesmo tempo em que aprofunda conhecimentos sobre a praga, a Epagri acompanha o deslocamento da nuvem na Argentina. Trabaquini, diz que a evolução da praga no país vizinho vem sendo registrada pelo Serviço Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria (Senasa), órgão ligado ao governo federal. É a partir dessa instituição que as autoridades catarinenses se atualizam sobre o tema.

O Senasa criou um banco de dados que está sendo alimentado por avistamentos in loco, ou seja, a pessoa informa ao órgão onde viu a nuvem e aquela informação é inserida em um mapa com as coordenadas geográficas. Isso tem sido feito desde 1º de maio, quando se iniciaram os registros. A velocidade média de deslocamento da nuvem é de 100 quilômetros por dia, mas isso pode variar, influenciado principalmente pelo vento.

Segundo o pesquisador da Epagri/Ciram, tecnologias de mapeamento remoto, como radares e imagens de satélite, por exemplo, ainda não conseguiram superar a eficácia dos informes por avistamentos. Em seu estudo, descobriu que em Las Vegas, nos Estados Unidos, uma nuvem de gafanhotos já foi registrada por radar. Na Europa há registro da praga por imagem de satélite. “Mas isso depende muito da densidade da nuvem”, descreve Kleber, destacando que esse tipo de registro ainda não foi possível na Argentina.

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito