Governo do Estado e direção do Ideas, gestor do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMSIC), trataram de descartar qualquer possibilidade de paralisação dos serviços na unidade, pelo menos, nos próximos dias. O assunto veio à tona após o conhecimento de que o repasse dos R$ 3,2 milhões prometidos como custeio mensal não estão sendo feitos na sua totalidade.

“O hospital recebe por produtividade. E o Estado só pode pagar aquilo que é comprovado. Como é um hospital novo, eles não conseguiram ainda comprovar todos os gastos”, explica o gerente regional de Saúde, Fernando de Fáveri.

Relativo a dezembro, o Ideas recebeu 70% até agora. “Alguns setores não estão funcionando na totalidade. Há erros da parte do Estado na regulação do acesso, mas há pelo instituto gestor pendências no repasse de documentos. Eles prometeram regularizar isso tudo até quinta-feira, para então poder receber o valor integral”, esclarece o gerente regional.

Não há, por enquanto, previsão de comprometimento nos atendimentos. “Desde o início, mantemos o diálogo, falta o hospital cumprir a sua parte. Não podemos pagar por serviços sem comprovação legal, e o instituto entende isso”, completa Fáveri.

O superintendente do Ideas, Sandro Demétrio, também descarta qualquer possibilidade de paralisação ou redução dos serviços. “Estamos conversando com o Governo do Estado, vamos entregar os relatórios amanhã (hoje) e nos garantiram que o repasse será feito na quinta-feira”, enfatiza Demétrio.

Ele explica ainda que o HMISC atende toda a população da AMREC com partos, mesmo os de risco, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e pediatria. O que acontecerá quando sua capacidade operar em 100% é que os atendimentos poderão ser estendidos a um número maior de pessoas.

Para que isso ocorra, também é necessário o fim de algumas obras por parte da Prefeitura de Criciúma, o que deverá ocorrer em fevereiro. “Estamos em um processo de transição e após iremos atuar com 100% de nossa capacidade”, garante o superintendente.

São José fecha a ala materna

Dois meses após a inauguração da ala materna do Santa Catarina, o Hospital São José deixa de atender essa especialização. Todos os procedimentos via Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser encaminhados ao Santa Catarina, que passa a ser referência no Sul do estado, principalmente, para gestações consideradas de risco.

O primeiro parto trouxe ao mundo a criciumenses Ester, no dia 17 de dezembro. Desde então, o São José seguiu com os atendimentos apenas como suporte em período de transição. A AMREC ainda conta com o Hospital São Donato, de Içara, para os partos pelo SUS.

A luta para que o Sul do estado contasse com um hospital maternoinfantil de referência e custeado pelo Governo do Estado durou anos. Depois de muitas batalhas, foram investidos quase R$ 6 milhões em obras nos últimos meses. Destes, R$ 3,6 milhões dos cofres do Governo do Estado, que deu a tacada decisiva para que tudo funcione de verdade, sem solução de continuidade, assumindo o custeio mensal que saltou de R$ 1,2 milhão para R$ 3,2 milhões.

Saúde da mulher

O Hospital Santa Catarina não será somente a maternidade do Sul do estado, o projeto é ainda mais audacioso e importante. Será formada ali uma rede que atenderá a mulher e a criança, um acompanhamento completo.

Ainda será desenvolvida uma rede em conjunto com os municípios para que o pré-natal seja realizado com excelência facilitando o atendimento à mãe na hora do parto.