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Pedro Benedet e a carta do Dino Gorini

Em "Centro Cultural Jorge Zanatta, capítulo 19", quem incentivou o início e uma das ajudas para o fim do Plano do Carvão no casarão
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 28/11/2018 - 11:23 Atualizado em 28/11/2018 - 11:25
Reprodução / Tribuna Criciumense, 9/9/57
Reprodução / Tribuna Criciumense, 9/9/57

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Já se falava, à boca pequena, em ditadura militar. Houve conselhos perigosos assim. Mas o Brasil vivia os ares do presidente bossa nova naquele setembro de 1957. Brasília começava a ser erguida com toda a força, e o exemplo do Planalto Central, guardadas as suas proporções, fazia lembrar o esforço capitaneado por um ítalo-criciumense ilustre no final dos anos 30.

Pedro Benedet contava 16 anos quando, em 1880, aportou dentre as 30 destemidas famílias que abriram picadas na mata de Urussanga até as margens do rio que deram o nome de Criciúma pelo arrastar da língua materna. Tentavam verbalizar o quão rápido crescia aquele capim em forma de pequenas taquaras. Há quem diga, inclusive os descendentes do então jovem Pedro Benedet, que foi daí, e não do nome da taquara, que veio o nome “crexe una”. Era a italianada tentando dizer quão rápido crescia o capim.

Os anos passaram. Pedro Benedet foi o colono que mais prosperou. Fez patrimônio. Fortuna mesmo. A certa altura, ele era dono de boa parte do atual Centro. A rua que leva seu nome era cercada por terrenos seus. Um deles, a campina que, no final dos anos 30, Benedet doou ao governo com uma condição. Que ali fosse erguido um prédio imponente, bonito e que abrigasse técnicos com a missão de coordenar a lavra de carvão, já abundante àquela altura.

Das obras iniciadas em 1942 e concluídas três anos depois nasceu o casarão que passou a abrigar o Plano Nacional do Carvão. A esta altura que hoje nos encontramos, de 57, o objetivo teórico já agonizava na falta de soluções. Mas Pedro Benedet, falecido pouco antes, viu o seu sonho para aquele espaço realizar-se. Ele esteve na inauguração do casarão.

E o que a carta de Dino Gorini para José Pimentel publicada na capa do Tribuna Criciumense de 9 de setembro de 1957 tem a ver com isso? Tudo. Ela trata de infraestrutura. Gorini, médico conceituado do então distrito de Nova Veneza, endereçou carta pedindo que Pimentel e o Tribuna abraçassem a causa da construção da estrada da Serra Geral, que ligasse Nova Veneza com os altos da Serra. Mais ou menos o papel que hoje exerce a rodovia que passa por Siderópolis, Treviso e chega a Lauro Müller, e que só se tornou realidade plena faz poucos anos. 

Bem, Gorini, com a ampla visão comunitária que tinha, observava que seria importante uma estrada para escoar a produção de carvão. Ele já percebia, com anos de antecedência, que o ouro negro da nossa região precisava se comunicar, precisava ir e vir. Aí entra o casarão da Pedro Benedet. Dino Gorini assumia a preocupação que deveria caber aos técnicos do Plano Nacional do Carvão que, nessa e em outras ocasiões, simplesmente se calaram. Assistiram ignorando a marcha das necessidades. Talvez não fosse o objetivo, mas Dino Gorini ajudou, via Tribuna, a dar mais uma pá de cal na repartição abrigada no casarão.

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