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Palavras e ações como alternativa ao suicídio

Passatempos e elogios podem ajudar na prevenção e reduzir pensamentos de quem sofre com a emoção
Por Fagner Santos Criciúma, SC, 11/09/2018 - 09:05
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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Mais de 16 mil atendimentos entre janeiro e agosto deste ano. Estes são os dados do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Criciúma e demonstram que problemas emocionais e psicológicos podem ser mais comuns do que se imagina, como o estresse e a depressão, condições que podem levar ao suicídio. Formas de evitar essa situação? A busca por ajuda emocional e o gerenciamento saudável da qualidade de vida.   

O auxílio na busca pela manutenção da saúde mental faz parte da rotina diária de Priscila Paes, terapeuta ocupacional do Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde (Nuprevips). A profissional aponta que as tentativas de suicídio são o resultado do acúmulo de situações frustrantes, portanto a luta de quem sofre com pensamentos suicidas ocorre diariamente e é modificada com cada situação em que a pessoa enfrenta.

“Buscamos incentivar a prática de atividade que satisfaçam o paciente. Seja um passatempo, esporte ou qualquer outra forma de lazer, a melhor alternativa para acabar com os pensamentos suicidas é ocupar a mente com algo que gere felicidade”, aponta Priscila. Cuidar da saúde física através de alimentação saudável e prática constante de exercícios também pode ajudar os afetados pela condição. 

O apoio da literatura

Foi na busca para ocupar a mente com uma atividade prazerosa após um período de dificuldades emocionais que o livro Item 40 nasceu. Nele, o autor indepentende, Salésio Júnior, conta a história de Tiago, um jovem que enfrenta as consequências de seus atos após tentar o suicídio. “O livro é baseado na minha história. Foi a forma que encontrei de botar para fora o que sentia, exorcizar um período difícil da minha vida”, explicou. 

A obra é o resultado da aceitação pessoal do autor sobre a naturalidade em se enfrentar um problema emocional. “Sempre vi o copo meio cheio, então acabei utilizando minhas experiências ruins como aprendizado”, contou. Mesmo com certa positividade, as dificuldades em se discutir o tema se mostraram influentes na publicação.  “Aprendi como discutir o suicídio, pois passei a aceitar meus problemas, a morte como parte da vida e principalmente a saudade que pode ficar de uma pessoa que se vai”, complementou Júnior. O lançamento do livro Item 40 ocorre amanhã, na Livraria Catarinense do Nações Shopping. A partir das 19h, o autor estará no local para autógrafos. 

Ouvintes que fazem a diferença

Atendimento gratuito 24 horas por dia, anonimato absoluto e voluntários prontos para acolher sem julgamentos e com empatia são as principais ferramentas do CVV na luta contra o suicídio. A entidade, que não possui fins lucrativos, atua há 14 anos em Criciúma. “É preciso um apoio muito grande para que o afetado por problemas emocionais possa focar seus pensamentos em algo diferente por conta própria”, afirmou o presidente, Roberto Lopes Caldas. “Por isso, a forma do CVV auxiliar é através de palavras reconfortantes e espaço para ouvir o que os pacientes tem a dizer”, finalizou. 

Lentamente, o número de suicídios locais é reduzido a cada ano, mas ainda mostra-se preocupante. Foram registrados 27 casos de suicídio em toda a Região Carbonífera até setembro deste ano. Em 2017, foram 32 casos, onde 19 tiveram registro em Criciúma. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil suicídios ocorrem anualmente em todo o mundo, mas em torno de 95% poderiam ser evitados com o apoio correto à vida. 

“Em 2014, ano de implantação do Criciúma Viva, tivemos uma redução de 80% nos casos na região. Os números só foram diminuindo a partir da divulgação deste e outros meios de auxiliar na preservação da vida”, exemplifica o técnico do Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma e voluntário no antigo Criciúma Viva, atual Rede de Prevenção ao Suicídio da Região Sul, Almir Fernandes de Souza. 

Outra forma de buscar auxílio é através do Nuprevips, que realiza ações especiais durante todo o Setembro Amarelo. Ações em comunidades religiosas, escolas e na Universidade do Sul Catarinense (Unesc) oferecem conhecimento sobre como evitar o suicídio. “Muitas pessoas não sabem onde procurar ajuda para sair dessa situação, e queremos reforçar que não é vergonhoso recorrer aos órgãos de combate ao pensamento suicída”, afirmou a coordenadora do setor de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Losso. 

Uma das atividades é a criação da Árvore da Vida, que conta com diversas mensagens de auxílio escritas por munícipes que passaram pela Praça Nereu Ramos no último sábado. “É uma das formas que encontramos para apoiar quem precisa de ajuda”, acrescentou Ana. A árvore ficou exposta ontem na entrada do Salão Ouro Negro, na Prefeitura Municipal de Criciúma, durante o II Seminário de Prevenção ao Suicídio: Rompendo o silêncio.

Dentro do Setembro Amarelo, o presidente nacional do CVV, Robert Paris, vai palestrar amanhã em Criciúma. Será às 20h, no Auditório Jayme Zanatta, na ACIC.

Peça ajuda
Ao enfrentar pensamentos suicídas, o paciente emocional pode buscar auxílio pelos seguintes telefones:
CVV – 188
Nuprevips – (48) 3431-2764
Ceres (Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental) – (48) 3437-6555
Centro de Atenção Psicossocial (Caps) I – (48) 3403-7350
Caps II – (48) 3445-8736
Caps III – (48) 3403-34500
Caps II para Álcool e Outras Drogas – (48) 3445-848 
Também é possível procurar ajuda pessoalmente na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima

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