Os italianos começaram a migrar para o Brasil entre 1880 e 1930, sobretudo para o Sul do país. A professora, escritora e pesquisadora Giorgia Miazzo, italiana, estuda esse tema e procura passar o seu conhecimento para os italianos, que pouco sabem sobre o imigração do século passado.

“Tinha propagandas dizendo para virem realizar os sonhos no Brasil, dizendo que por aqui existiam terras, que era possível fazer castelos. Hoje no Brasil existem 30 milhões de pessoas com origens italianas, ainda preservam dialetos como em nenhum outro lugar do mundo”, comentou durante o Programa Adelor Lessa.

Mesmo morando na Itália ela fala português com fluência. Diz que trabalha com o patrimônio imaterial dos imigrantes, tendo iniciado este projeto de pesquisa há 15 anos, desde então todos os anos vem ao Brasil. Um fato que chama a atenção da pesquisadora é a questão da língua, que varia bastante conforme a região de onde vieram os italianos.

“A Itália se unificou no começo da imigração, então cada um trouxe o seu dialeto. Lá na Itália a cada 15 quilômetros a língua muda um pouquinho. Como os vênetos foram a maioria, eles contaminaram as outras línguas”, explicou a professora. Quando conta sobre o assunto na Europa eles mal acreditam que existem descendentes por aqui.

Giorgia lembro que a condição dos navios era precária, muitas vezes eram colocados junto com animais. E depois que chegavam por aqui não melhorava muito, diferente do que havia sido prometido. “Era ou morrer ou sobreviver, não tinha como voltar para casa. Alguns falavam que se existisse terra voltariam a pé”, comentou.