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“O meu projeto é ser o mais estadual dos colunistas políticos de Santa Catarina”, afirma Upiara Boschi

​​​​​​​Novo comentarista da Rádio Som Maior é o personagem do Programa Nomes & Marcas deste fim de semana
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 08/05/2021 - 12:27 Atualizado em 08/05/2021 - 12:32
Fotos: Vitor Netto/4oito
Fotos: Vitor Netto/4oito

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Aos 39 anos de idade e 15 de carreira, o gaúcho Upiara Boschi é o principal nome do jornalismo político catarinense da nova geração.

Natural de Vacaria, no Rio Grande do Sul, ele veio cedo para Santa Catarina, mais precisamente para a capital Florianópolis, onde iniciou a carreira no jornalismo no jornal A Notícia. Agora, o seu conhecimento é levado também aos ouvintes da rádio Som Maior com participações diárias relatando as últimas e exclusivas informações da política do estado.

Um pouco da sua história e de sua visão sobre a política catarinense foram contadas a Adelor Lessa no Programa Nomes & Marcas deste fim de semana.

 Ele disse que fez de Santa Catarina a sua casa em 1994, quando tinha 12 anos de idade. “Os meus laços estão aqui. Fiz a Universidade Federal em Florianópolis. Fiz o curso do Estadão para jornalistas iniciantes, fui para São Paulo por uma temporada, voltei e comecei a trabalhar aqui no A Notícia, o AN Capital que era o suplemento do A Notícia antes da RBS comprar o jornal. Tínhamos uma redação que misturava os mais jovens como eu e os mais experientes, pessoas que contribuíram muito com o iníco da minha trajetória”, contou.

A vida de Upiara mudou novamente quando a RBS adquiriu o A Notícia e foi neste momento que ele recebeu duas propostas e precisou tomar uma decisão sobre a carreira. “Depois que a RBS comprou o A Notícia e a sucursal de Florianópolis foi vista como um órgão que estava sobrando porque já tinha o Diário Catarinense. O A Notícia precisava de uma estrutura forte em Florianópolis para cobrir governo, economia e para ter esta casa em Florianópolis tinha uma estrutura robusta para uma sucursal. Eram 15 repórteres, cinco editores. E aí a RBS começou a enxugar esta estrutura porque o plano deles era regionalizar o A Notícia e transformar em um jornal de Joinville e neste processo eu tive dois convites: um para fazer parte da equipe do DC Online e outro para ir para Joinville continuar cobrindo política. Isso em 2007 e eu estava cobrindo política há um ano com a ambição de continuar olhando aquele jogo de um palco especial que é o do jornalismo. Fui viver esta experiência em Joinville e foi magnífica porque encontrei uma redação de pessoas extremamente qualificadas, mas a principal foi de entender um pouco mais de Santa Catarina, um estado que a Capital tem um peso menor que outras capitais do país. Isso aprendi estando em Joinville”, relatou.

Upiara Boschi estreou na Som Maior em maio

Visão sobre a política do estado

Depois de dois anos e meio, Upiara Boschi voltou para Florianópolis para trabalhar no Diário Catarinense com uma visão diferente. “Eu voltei com a visão de que não dá para ficar na Capital falando da política de outras cidades. Tem que entender, buscar o contexto. E para montar este mosaico da política catarinense, só encaixando todas as peças disso que a gente chamava no Diário Catarinense de ‘as sete capitais’, um conceito que eu ajudei a criar e que gosto muito porque explica muito o que é Santa Catarina. Esta parceria com a Som Maior me ajuda muito isso. Este foi o primeiro convite que recebi após o desligamento da NSC, horas depois. Me ajuda muito porque o meu projeto de vida é ser o mais estadual dos colunistas políticos de Santa Catarinense e para isso preciso ouvir estas regiões. Estar verdadeiramente falando da política catarinense para toda Santa Catarina”, enfatizou.

 Leituras precisas

Para o comentarista da Som Maior, cada região catarinense tem a sua autonomia e seus ícones e para ilustrar isto, ele cita o exemplo de Joinville. “Joinville ignora muito o resto do estado, isso tem consequências positivas e negativas. Eles têm um bairrismo positivo nisso. Os empresários têm a noção da importância de influenciar o destino da cidade. A Associação Empresarial de Joinville muitas vezes tem uma força de entidade estadual porque tem este peso. Joinville tem características que fazem dela uma força econômica muito grande. Quando eles entram em um projeto político, como entraram no de Luiz Henrique da Silveira. Ele no poder soube construir uma ampla aliança não só política, mas com os empresários. Gosto de comparar a onda Lula de 2002 com a onda Bolsonaro de 2018, porque mexeram muito com Santa Catarina. Aquela onda de 2002, em alguns aspectos, foi mais forte que a do Bolsonaro, embora Bolsonaro tenha uma votação maior em Santa Catarina, o Lula teve o segundo maior percentual no primeiro turno e isso carregou cinco deputados federais do PT e nove estaduais do PT e a senadora Ideli e o Esmeraldino bateu na trave em 2018. Sempre digo na comparação das ondas, o que fez o Luiz Henrique da Silveira superar a onda Lula e ficar à frente do José Fritsch (candidato do PT a governador): a força de Joinville, a certeza que ele era o candidato da cidade e partiu com 70% de Joinville. Nesta última eleição, a gente vê a votação do Mauro Mariani que não tinha esta identificação. O joinvillense não comprou a ideia”, opinou.

Elementos que escrevem a história

“A história é escrita pelos acertos e pelas vitórias, mas a gente precisa saber ler as derrotas também”. Isso, Upiara aprendeu ao longo de seus anos cobrindo a política do estado e para explicar a afirmação ele cita novamente a eleição de 2002, que teve vários aspectos a serem levados em conta.  “Em 2002, na disputa da segunda vaga para o Senado, o Leonel Pavan ficou 18 mil votos à frente do Hugo Biehl, Estes 18 mil votos mudaram a história política do estado. Se o Hugo Biehl fica na frente, seria o candidato a governador do PP na eleição seguinte, já que ele seria senador, e não Esperidião Amin que não teria mandato. Provavelmente, Raimundo Colombo e o DEM estariam com ele e Leonel Pavan voltaria para Balneário Camboriú sem mandato. Não haveria tríplice aliança. Em uma eleição de 18 mil votos não há erro e acerto. É a margem do imponderável e o imponderável muitas vezes guia a história. A construção da vitória passa pelo imponderável e ultrapassá-lo, mas muitas vezes o imponderável decide. O Luiz Henrique isolou o Amin, o PT e construiu a maior aliança da política catarinense que foi a Tríplice Aliança, isso é da genialidade política, mas nasce do imponderável, de uma eleição que era para perder”, disse.

Relação com as fontes

 Além de sua leitura do cenário político estadual, Upiara Boschi também comentou no Nomes & Marcas sobre a relação com as fontes. “A relação com as fontes no jornalismo político é mais delicada. Existe a confiança, que é muito importante, mas existe o interesse, pois a fonte quer que umas coisas sejam publicadas e quer que outras não sejam publicadas. É um processo delicado. A tendência quando tu cobre a mesma área há muito tempo é que tem algumas fontes que fala mais, que tem mais afinidade, outras que não gosta muito, mas precisa falar com ela. Uma coisa impressionante no jornalismo político é que a gente, muitas vezes tem que criar uma sensação de intimidade artificial, um jogo que se joga. Quem grava vai achar que são dois amigos trocando figurinha, muitas vezes entra nesta intimidade artificial que depois desliga. A gente tem que ficar dosando, calibrando se está falando com todo mundo que importa. Eu sei que ele não vai contar tudo que sabe, mas não pode mentir. Se ele mentir, vai deixar de ser fonte ou vamos ter uma ‘DR’. As fontes que eu preservo são aquelas que não me colocam em roubada”, pontuou.

Confira o Programa Nomes & Marcas na íntegra no podcast:

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