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O famoso professor Bigode partiu

Waldemar Durval da Silva foi ex-combatente, jogou no Comerciário e contou e escreveu muitas histórias
Por Denis Luciano Morro da Fumaça, SC, 25/02/2019 - 06:15
Divulgação
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A cada 7 de setembro, ele não abria mão de seu traje militar nos desfiles de Morro da Fumaça. “A galera adora. Faço isso há uns 60 anos”, dizia. Pois o próximo feriado da Pátria será o primeiro sem Waldemar Durval da Silva. Faleceu ontem, aos 96 anos – completaria 97 em junho – o conhecidíssimo professor Bigode, figura presente em qualquer acontecimento de Morro da Fumaça. Bigode estava internado e lutava contra algumas 

Nascido em Urussanga, em 30 de junho de 1922, era filho de Durval Germínio e Perpetua Zeferino Martins, foi casado com Otilia Maccari da Silva com quem foi pai de Maria Salute, Dolores, Terezinha e Valdemar.

Como muitos meninos de origem humilde da sua época, encontrou o primeiro caminho no Exército. Jovem, com toda a saúde, envolvido, arrojado e amante de esportes, logo se destacou e, mesmo como soldado raso, encontrou espaço para servir à Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Era o mais antigo dos pracinhas ainda vivendo em Santa Catarina.

De volta da guerra, entrou para a história também no futebol. Fruto da sua habilidade com a bola, ingressou nos primeiros times do Comerciário Esporte Clube, então um dos tantos clubes amadores que se acotovelavam pelo sucesso na Liga Atlética da Região Mineira. E no primeiro título de destaque, o Regional da Larm de 1949, lá estava Bigode, titular do ataque. Fazia seus gols. E corria muito, fruto da força física. “Eu ia a pé de Morro da Fumaça a Criciúma para treinar”, contava sempre.

Um homem de hábitos simples, conversa fácil e muitas amizades. Além de jogador de futebol e militar, foi fotógrafo, jornalista e até político. Elegeu-se vereador pelo MDB em 1969. Muitos anos depois, em março de 2005, teve reconhecido seu direito a uma pensão federal no posto de segundo tenente, pela incorporação às forças da FEB na Segunda Guerra, encerrada havia seis décadas. Foi um batalhador por outros ex-combatentes, na busca pelos mesmos direitos para eles. 

Viveu um episódio que sempre contou em detalhes em fevereiro de 1985 quando, com a esposa, recebeu no Vaticano, das mãos do Papa João Paulo II, a Santa Comunhão. Ele havia ido assistir a cerimônia de beatificação de Madre Maria Tereza de Jesus. Era um católico fervoroso.

Em 2012, era dos mais emocionados e empolgados com a homenagem que foi conferida pelo Criciúma aos craques do antigo Comerciário. Ele era, já na época, o mais antigo, em um grupo que reuniu Lédio Búrigo e tantos outros. Recebeu, na ocasião, o título de primeiro cônsul do Tigre. Recebeu outras homenagens em vida, como o título de cidadão benemérito de Morro da Fumaça por serviços prestados à cidade. 

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