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O coronavírus na Itália sob olhares do sul catarinense

Das ruas vazias à desconfiança no transporte público, passando por comida racionada, o clima é de apreensão em Milão e arredores
Por Heitor Araujo Criciúma, SC, 24/02/2020 - 14:58 Atualizado em 24/02/2020 - 15:09
Foto: Jéssica Menegali / Especial / 4oito
Foto: Jéssica Menegali / Especial / 4oito

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O temor pelo contágio e risco de epidemia do coronavirus chegou com força na Itália. A região norte do país, especialmente de Vêneto e Lombardia, estão em estado de alerta. Em todo o país, sete pessoas morreram de complicações decorrentes do vírus e 190 estão infectadas. O Portal 4oito conversou com duas pessoas da Região Carbonífera que estão no norte da Itália para entender como está a situação no país.

O medo pela epidemia alterou a vida em Milão, principal centro econômico da Itália. A administradora de empresas Jéssica Menegali, criciumense, vive na região de Alessandria e esteve na capital da região da Lombardia neste fim de semana e testemunhou as mudanças na rotina da cidade de mais de 1,3 milhões de habitantes.

Ela notou a diminuição de movimento nas ruas e metrôs, o registro de falta de produtos em alguns supermercados e o alerta das autoridades, inclusive com o isolamento de 11 cidades que tiveram registro de infecção, o cancelamento dos carnavais de Milão e Veneza e o fechamento da fronteira austríaca com a Itália e proibição de cidadãos de Milão de ingressar na Suíça. 

Porém, de acordo com Jéssica, quem parece menos alarmado são os próprios habitantes de Milão. "Tem dois pontos de vista. O que passam na TV, de alerta, com o presidente ameaçando fechar o comércio e o fechamento de escolas e museus. E o outro ponto, do que eu vi lá: algumas pessoas de máscara na rua, mas nem tantas e a maioria parecia ser estrangeira. Fui no mercado e estava tranquilo, não faltava comida, passei no metrô e tava bem vazio, mas na rua as pessoas pareciam tranquilas", conta.

"Parece que as pessoas fora de Milão estão mais preocupadas do que as de Milão. Tenho uma prima que mora lá e ela recebe ligações de outras pessoas de Piemonte, Toscana, perguntando como estava em Milão, porque estavam preocupados. Mas eles (de Milão) estão mais tranquilos. Quando eu tava no trem voltando para casa, uma pessoa espirrou e outra olhou para ela e começou a rir, como se não estivesse preocupada mesmo", relata a administradora.

Jéssica também apontou outros fatores que indicam a alteração na rotina milanesa. No aeroporto da cidade, os passageiros que chegam têm a temperatura medida pelas autoridades. A criciumense comentou sobre as mortes em decorrência do coronavírus na Itália: das sete, seis foram confirmadas em idosos e pelo menos duas dessas em pessoas que tinham doença grave no histórico.

Ericles Preis partiu de Nova Veneza para a cidade de Verona, na região do Vêneto. Ele está lá há 15 dias e também presenciou a agonia causada pela possibilidade do coronavírus. "Em Milão tem vários estabelecimentos que estão fechados e várias cidades estão em quarentena. Fui no mercado e não tinha arroz, batata, por exemplo", diz Ericles.

Na avaliação do veneziano, há sim bastante preocupação no país, especialmente nas regiões de Vêneto e Lombardia. "As escolas também estão fechadas, a situação pior é na Lombardia mesmo. Lá e em Vêneto ninguém entra e ninguém sai das cidades que teve casos confirmados. O povo italiano faz muito alarme", aponta.

Ainda não há a identificação de como o coronavírus chegou ao país. A primeira morte decorrente da nova mutação do vírus na Europa foi na França, no dia 15 deste mês, de um turista chinês. Na Itália foram confirmadas as primeiras mortes de europeus. As autoridades ainda trabalham para tentar combater a rápida propagação em território italiano. 

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