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O alerta com a morte do macaco

Região Carbonífera vacinou menos de 40% do público-alvo. Autoridades estão preocupadas
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 25/03/2019 - 08:23 Atualizado em 25/03/2019 - 09:09
Gerente regional de Saúde, Fernando de Fáveri / Arquivo / A Tribuna
Gerente regional de Saúde, Fernando de Fáveri / Arquivo / A Tribuna

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A localização de um macaco morto às margens da Rodovia Otávio Dassoler, entre os bairros Demboski e Linha Anta, em Criciúma, gerou pavor nas redes sociais e preocupação pelas autoridades sanitárias, que logo trataram de atenuar os boatos sobre febre amarela, que teria vitimado o animal. “Houve muitos áudios em grupos de WhatsApp informando que o macaco teria morrido de febre amarela. Muita correria e boataria”, confirma o gerente regional de Saúde, Fernando de Faveri.

Porém, em uma primeira análise pelos técnicos acionados por populares, constatou-se que o macaco morreu atropelado. “Toda vez que alguém encontra um macaco morto, é necessário chamar o pessoal da saúde, pois esses animais são infectados pela febre amarela. Nossa bióloga da Regional foi até o local com um veterinário da prefeitura de Criciúma e confirmaram a morte do macaco atropelado”, detalha o gerente.

A ocorrência foi registrada no dia 14 de março, porém só repercutiu nas redes sociais na última sexta-feira. “Os técnicos retiraram do animal cinco amostras de vísceras que foram encaminhadas ao Laboratório Central. Eles levam 30 dias para retornar com o diagnóstico pleno”, aponta Fáveri. A hipótese de o animal estar acometido de febre amarela não está totalmente descartada. “Devemos investigar. Ocorre que, quando o macaco está com alguma doença, ele é um animal alegre, para ele ser atropelado pode estar com alguma doença”, explica.

Assim que os técnicos recolheram o animal, a Gerência Regional de Saúde orientou a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma a estabelecer, nos arredores, a operação padrão. “Ou seja, fizemos uma varredura de 300 metros em torno de onde o macaco morreu e vacinamos todas as pessoas nesse raio contra a febre amarela, por precaução”, refere o gerente.

No ano passado, houve dois casos na região de localização de macacos mortos, mas sem condição de atestar a causa. “Foram os dois no distrito de Estação Cocal, em Morro da Fumaça. Quando nos avisaram dos óbitos, os animais já estavam em estado muito avançado de decomposição”, comenta Fáveri.

Febre amarela chegando em SC

A Secretaria Estadual de Saúde impôs, no final de janeiro, condição de alerta em Santa Catarina para possível surto de febre amarela. A advertência foi redobrada depois da confirmação de casos da doença no Paraná, perto da divisa com Santa Catarina, inclusive com mortes de macacos e um humano.

“Sim, há risco de um possível surto em Santa Catarina, e, se isso ocorrer, o macaco é o primeiro infectado. Eles acabam, fatalmente, sendo os nossos anjos da guarda, pois, quando o vírus chega, ele é o primeiro a ser atingido, é sinal de que o vírus já circula há uns dois meses na região”, observa o gerente regional de Saúde.

A epidemia que avança em direção ao Sul do Brasil começou em São Paulo. “Achamos que o vírus já pode estar na região de Joinville e, como um mosquito com ele viaja a uns 11,5 quilômetros por dia, precisamos estar atentos. Fazemos o acompanhamento cotidiano de onde o vírus circula”, registra Fáveri, sem esconder a preocupação.

O que mais inquieta as autoridades é a dificuldade para lugar com uma possível epidemia. “Ocorre que o nosso estado é o que menos cobertura vacinal contra a febre amarela tem no país, pois não éramos região endêmica, não havia necessidade. Agora o risco é iminente e talvez não tenhamos capacidade de atendimento com leitos em hospitais e UTIs”, adverte.

A campanha de vacinação, estendida para todos os catarinenses de até 59 anos – quem tem mais que essa idade precisa de uma avaliação para recomendação médica – ainda está muito aquém do esperado. Tanto em Santa Catarina, onde se espera imunizar mais de 2 milhões de pessoas, quanto na Região Carbonífera. “Nos 12 municípios, precisamos vacinar 321 mil pessoas, mas, até agora, vacinamos pouco mais de 120 mil. Poderia ser melhor, ainda não está forte a campanha”, lamenta Fáveri. Até o momento, a vacinação na região alcançou 37% de abrangência.

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