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Mamografia, um desconforto necessário

A eficácia de um exame que faz a diferença na luta contra o câncer de mama é a lembrança
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 02/10/2018 - 09:55
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna / Especial
Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna / Especial

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Todo Outubro Rosa é a mesma situação. Consultórios lotados, busca maior por orientação médica, a prevenção em pauta e as mulheres mais preocupadas com as mamas. Mas ainda há as resistentes ao exame mais importante: a mamografia. “Tem mulheres que sentem muita dor quando fazem, tem outras que dizem que é completamente suportável”, confirma a médica radiologista Rafaella Guglielmi Spillere.

Mas não há como fugir do desconforto, quando ele acontece. “É que a mamografia requer comprimir a mama. Quanto mais comprime, mais a gente espalha o parênquima e, se houver nódulo, ele se sobressai”, explica. Não apertar a mama no mamógrafo faz aumentar a chance de nódulos passarem despercebidos. “Mas é uma compressão de dois, três segundos, muito rápida”, garante.

Rafaella sabe bem da resistência que o exame gera. “Embora eu ainda não esteja na faixa etária, fiz para ver como é”, confidencia a jovem radiologista. “É lógico que é desconfortável, fiz para poder conversar com as pacientes sobre a noção do incômodo”.

Mas essa dificuldade é muito menor perante aos ganhos que a mamografia confere. Claro. “A recomendação maior é entre os 40 e 69 anos, mas claro que existem casos precoces”, lembra. A própria Rafaella já acompanhou casos de mulheres com menos de 30 anos que apresentaram alterações em seus exames. “Com 28, 25 e até 23 anos, já tivemos casos de nódulos sim”, observa, citando a importância do diagnóstico breve.

“A mamografia consegue captar a imagem quando o nódulo é granular. Mas no caso da paciente mais jovem, daí recomendamos a ultrassonografia”, detalha. É que, quanto menos idade tem a paciente, menos gordurosa é a mama. “E o mamógrafo tem mais dificuldades de identificar nódulos, principalmente os pequenos”. O problema na jovem, segundo a médica, é que quando o nódulo se confirma tende a ser mais agressivo. “Geralmente, em meninas, o tumor mais avançado é palpável e grande, daí já tem invasão maior”, adverte.

Tempo de buscar a verdade

Radiologista Rafaella Guglielmi Spillere, da Cliniimagem / Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna / Especial

O bombardeiro de informações do Outubro Rosa coloca as mulheres diante de muitas perguntas. “Elas estão mais conscientes por conta do aumento do número de casos de câncer. Sempre tem alguma conhecida que descobriu alguma lesão em exame de rotina”, conta Rafaella Spillere. “Embora sempre seja tempo de buscar, é no Outubro Rosa que a gente vê aumentar muito os exames na clínica”, considera. “Mas claro que tem as mulheres mais organizadas, que fazem os exames rotineiros, um por ano ao menos”.

Uma das questões mais frequentes nos cuidados com o corpo é sobre a eficácia do autoexame. “Apalpar não é o método ideal. A nossa intenção com o Outubro Rosa e a mamografia é pegar nódulos não palpáveis, que você nunca apalparia”, observa a radiologista. “A mamografia é infinitamente mais importante. Quando a mulher apalpa a mama ela apalpa um tecido mais denso, e às vezes ela não conhece a própria mama a ponto de dizer que aquilo é um nódulo ou não. O apalpar é muito subjetivo”.

Rafaella lembra, ainda, que quando um nódulo é detectado pelo tato, se trata de algo já em estágio avançado, via de regra. “No ultrassom é possível achar nódulos de três milímetros, mas apalpando é impossível para uma mulher, sem ser uma mastologista, sentir um nódulo pequeno assim”.

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