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Mais um domingo da fuligem em Rio Carvão (VÍDEO)

O dia começou como vários outros na comunidade do interior de Urussanga, com a poluição irritando os moradores
Por Denis Luciano Urussanga, SC, 25/08/2019 - 11:09
Divulgação
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O domingo começou com fumaça em Rio Carvão. Fumaça que traz consigo fuligem, resultante da queima de rejeitos de carvão dos fornos de uma minerador que atua os arredores. A reclamação tem sido constante, mas ganhou corpo nos últimos meses.

“A gente nunca fez campanha para fechar emprego, mas do jeito que está, não tem condições”, reafirmou o presidente da Associação Comunitária do Bairro Rio Carvão (Acric), Sidnei Casagrande, o Chiquinho.

O flagrante da manhã deste domingo foi feito, em vídeo e fotos, pela moradora Brígida Mariot, que é de uma das 250 famílias que vivem na comunidade impactadas pelo problema. "Continua tudo como antes, estamos em uma luta muito desigual", desabafou, irritada. "Antes era uma poeira fina, agora não estamos mais dando conta de limpar", disse ela, mostrando as mãos sujas de pó preto que se acumula sobre os móveis. Nem as roupas no varal escapam.

Há uma coqueria que opera no local desde os anos 50. "Eles queimam em 184 fornos uma mistura de rejeito de carvão com asfaltita e carvão verde, um rejeito altamente cancerígeno", reiterou Brígida.

Já houve inúmeras denúncias ao Ministério Público e ao Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Aos moradores, a Procuradoria da República, também procurada, informou que "a cobrança continua com rigor e que novas medições da condição do ar no local serão feitas". 

Recentemente, a Urussanga Minérios, responsável pela estrutura industrial no local, emitiu nota com suas razões. Confira:

“Em atendimento às condicionantes constantes na Licença Ambiental de Operação, a empresa deveria apresentar ao IMA o monitoramento das emissões de fontes estacionárias, onde mede o SO2 e material particulado, e, a cada seis meses, realizar, em um período continuo de cinco dias, o monitoramento da qualidade do ar, utilizando equipamento AGV, onde são medidas as PTS, Partículas Totais em Suspensão.

Após as reclamações apresentadas por alguns moradores próximos da empresa, foi acordado em reunião com o IMA, representante dos moradores e Prof. Eduardo Nosse do IAC (Instituto Ambiental Catarinense), contratado pela empresa para intermediar essa negociação, que a empresa realizaria um monitoramento por um período de 60 dias, contínuos, podendo se estender por mais 30 dias, conforme os resultados. Foi solicitado então, pela empresa, que esse monitoramento fosse iniciado após conclusão da instalação dos novos equipamentos, que estavam sendo implantados para atendimento a CONAMA 436, legislação que estabelece os parâmetros a serem atendidos para as fontes estacionárias de emissão, cujo prazo para adequação das empresas seria até dezembro de 2018.

A empresa instalou, dentro do prazo, os equipamentos, realizou as medições para verificação de enquadramento na resolução CONAMA 436 nos meses de fevereiro e março (cabe esclarecer que esta data foi a disponível pelo IAC), iniciando agora, no fim de março, o monitoramento dos 60 dias, sendo que foram acrescidos, a pedido do IMA e da comunidade mais dois parâmetros, quais sejam Partículas Inaláveis (PI) e SO².

Os pontos de monitoramento foram indicados pelos moradores, não tendo nenhuma ingerência por parte da empresa.

Cabe informar que, em um dos pontos, ocorreu avaria no equipamento, com o furto da solução que permitiria a leitura do teor de SO², fato este que fez com que a empresa optasse por instalar câmera de filmagem em todos os pontos. Em um dos pontos, o morador se opôs à instalação, justamente naquele onde ocorreu a avaria, obrigando a UNESC a retirar o equipamento. Esse fato foi comunicado ao IMA, para que defina, com a comunidade e o Eng. Nosse novo local, sendo que a medição nos outros dois foi iniciada no dia 9 de abril. Conforme acordado com os moradores, após 30 dias de monitoramento, a UNESC, empresa que está realizando o monitoramento, fará uma apresentação prévia dos resultados.

Ressaltamos que a empresa, com os resultados obtidos no monitoramento das fontes estacionárias e nos AGV (medição até janeiro/19), está devidamente enquadrada na legislação ambiental”.

Assina, Urussanga Minérios.

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