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LGBTfobia pode levar a uso de drogas, tentativa de suicídio e rompimento familiar

Neste domingo é o Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia e o Portal 4oito falou com a psicológa Patrícia Mariano, estudiosa no assunto
Por Beatriz Coan Criciúma - SC, 17/05/2020 - 14:55 Atualizado em 17/05/2020 - 15:31

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Hoje é o Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia. Esse termo, homofobia, foi usado pela primeira vez 1972 pelo psicólogo George Weinberg. Significa qualquer ato ou manifestação de ódio, aversão, repulsa, rejeição ou medo contra os homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais. Esses atos ou manifestações podem ser agressão verbal e moral, física, sexual, psicológica ou até mesmo chegar a tentativa de assassinato.

Para entender mais sobre a importância desse dia e dessa luta, conversamos com a psicóloga Patrícia Mariano que trabalha com os efeitos psíquicos da violência homofóbica. A primeira pontuação dela foi a mudança do termo homofobia para LGBTfobia. Este expande o debate e evidencia experiências que muitas vezes são apagadas, como a de mulheres lésbicas e bissexuais, de pessoas trans e travestis.

Mariano atuou em Criciúma no NUPREVIS (Núcleo de Prevenção a Violências e de Promoção da Saúde) e lá pode acompanhar diversas formas de violência que ocorrem na região.  Elas ocorrem tanto no âmbito familiar quanto em lugares públicos. “É uma violência estrutural, é uma violência que, infelizmente, está presente no cotidiano de pessoas LGBT”. São casos que, em sua maioria, não chegam a um registro policial/judicial pela falta de visibilidade que essas agressões têm.

O sofrimento causado nem sempre se torna uma doença, como depressão entre outras. Mas “Vínculos familiares e comunitários rompidos, relação com as drogas intensificada, automedicação, violência autoprovocada (tentativa de suicídio ou automutilação), uma anulação de si que causa muito sofrimento, estes são efeitos da LGBTfobia que estão bastante marcados nas trajetórias de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e travestis”. Justamente no dia da luta contra esse preconceito, amanhecemos com notícia do suicídio de Demetrio, um homem trans que vivia em São Paulo. Pessoas optam pelo fim da própria vida devido a um alto nível de sofrimento.

Tornar o ambiente mais acolhedor e a criação de redes de apoio são sugestões da Marino para combatermos a LGBTfobia. A aceitação e amparo da família, amigos e colegas é essencial. “Muitas pessoas passam por múltiplas vitimizações quando não há este amparo em espaços, ou seja, pessoas sofrem LGBTfobia na rua ou nos espaços em que ocupa e, ao chegar em casa, esse comportamento violento se estende, se repete”.

As ações não devem se restringir à sociedade, mas a iniciativa também deve vir do Estado. Como leis que amparem as vítimas e medidas educativas que auxiliem na redução da discriminação. No final da entrevista, Patrícia Mariano, falou diretamente para os profissionais da psicologia: “Precisamos também, enquanto profissionais, assumir uma posição ética contra a discriminação, qualquer forma de preconceito e violência estrutural. Faço um apelo às/aos colegas da classe de psicólogas/os: escutem os efeitos da violência, assumam a responsabilidade social que nossa profissão nos exige. Este convite (ou apelo) se estende a todas as classes de profissionais das redes de atenção ao cuidado e proteção de pessoas”.

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