Com orçamento de R$ 10 milhões - recursos já garantidos, via financiamento da Caixa Econômica Federal - para construção do novo Paço Municipal, a prefeitura de Içara anunciou nesta terça-feira, 7, o cancelamento do certame. "Ocorre que apareceram duas empresas interessadas na obra, mas as duas cobraram muito acima do orçamento previsto", confirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Brígido. "A mais próxima do nosso preço estava 20% acima do orçado. O prefeito não quis discutir para mais o valor. Só discute para menos", explica.

Uma nova licitação será lançada, com um porém no edital. "Em relação a esse processo original, vamos retirar o item que previa climatização. É que houve muita controvérsia, os interessados queriam saber se desejávamos ar central, ar global, ar individual, e esse impasse atrapalhou no preço", refere Brígido. O novo edital não vai prever a climatização, o que será feito em um certame à parte, posteriormente. "Deixaremos os dutos preparados na obra mas não colocamos máquinas, na sequência acertaremos o melhor plano técnico e então lançamos outra licitação somente para o ar condicionado", detalha o secretário.

A licitação vai ser relançada na semana que vem, com previsão de trinta dias para o resultado. Iniciadas as obras do novo Paço, elas deverão estar concluídas em doze meses.

O projeto

Assinado pelos arquitetos Fernando Carneiro e Maurício Carneiro, o projeto prevê a reformulação total do atual prédio, no Centro de Içara, e a construção de duas torres, cada uma com três andares, ao lado. O Paço original, que dará lugar ao novo e ainda serve ao município, foi projetado também por Fernando Carneiro.

A construção envolverá 7 mil m², sendo 6,4 mil m² em novas obras e 600m² em reformas. "Teremos uma obra que com certeza se tornará referência para Içara", destaca o prefeito Murialdo Gastaldon. 

Quando da assinatura do contrato com a Caixa, no começo de outubro de 2018, o prefeito informava que a atual estrutura administrativa de Içara está dividida em doze prédios, com custo de manutenção de R$ 100 mil mensais, forçados pela descentralização.