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Há 35 anos, uma tragédia enlutava Urussanga e o Brasil

Memória resgata as três décadas e meia da explosão que matou 31 mineiros na mina Santana
Por Denis Luciano Urussanga, SC, 10/09/2019 - 14:05 Atualizado em 10/09/2019 - 14:09
Jornal O Estado / 11.09.1984 / Reprodução
Jornal O Estado / 11.09.1984 / Reprodução

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O relógio marcava 5h10min de 10 de setembro de 1984. Naquele instante, Urussanga ganharia uma triste e inesquecível memória: passaria a ser o lugar da maior tragédia da história da mineração no Brasil. A explosão que matou 31 trabalhadores a 80 metros de profundidade na mina Santana resultou em 24 viúvas, 57 órfãos e um luto que não se apaga. Até hoje, as causas das mortes não foram efetivamente constatadas, optando-se por guardar a avaliação, um tanto óbvia, de que todos perderam suas vidas por intoxicação e asfixia.

Essa impactante ocorrência fez as empresas de mineração, dali por diante, formarem suas brigadas especiais de salvamento e avançarem rumo a medidas de segurança que hoje tornam mínimas, quase nulas as possibilidades de acidentes do gênero. 

E a tragédia poderia ter sido ainda maior, já que o turno de trabalho contava com 80 mineiros naquele fim de madrugada no campo de lavra da então Companhia Carbonífera de Urussanga (CCU). Desconhecidas as causas, hipóteses mais prováveis apontam para acúmulo de gás metano no ambiente, por decorrência do não funcionamento de exaustores de ventilação, pois na véspera do incidente havia ocorrido uma queda de energia no distrito de Santana.

A mina não existe mais. Trata-se do Plano 2, tomado por água no subsolo e com acesso coberto por terra e mato. Aberta em 1978, a mina era considerada das melhores equipadas à época com sistemas de ventilação para salvaguardar os mineiros.

Quando da tragédia, os corpos só puderam ser retirados três dias depois. Foram os três dias de luto oficial em Urussanga decretados pelo prefeito Ado Cassetari Vieira. Era preciso aguardar a dissipação da nuvem de gás metano e de monóxido de carbono para as ações dos poucos e remotamente aparelhados bombeiros destacados para a difícil missão. Um galpão, ao lado do Hospital Nossa Senhora da Conceição, virou o necrotério improvisado no qual foram colocados os 31 corpos das vítimas.

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