Entre segunda-feira e a zero hora desta quinta, 27, 100% dos 700 trabalhadores da Carbonífera Metropolitana, em Treviso, estão de braços cruzados. Foi o estopim da greve dos mineiros de Criciúma e região deflagrada em assembleia no último sábado. A mobilização chegou a mais duas mineradoras nesta quarta, 26: os 600 mineiros da Rio Deserto, em Lauro Müller e Içara, e da Gabriella, em Siderópolis, também paralisaram.

"Optamos por um movimento escalonado, por carboníferas, começamos pela Metropolitana, que volta nesta quinta, nesta quarta começamos na Rio Deserto e Gabriella, e na segunda que vem é a vez da Carbonífera Belluno, e depois da Catarinense em Lauro Müller", confirma o presidente do Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Região, Djonatan Elias. 

"O Siecesc não quer sentar para conversar, por eles não tem negociação. Até as cláusulas sociais, que não trazem prejuízo financeiro às empresas, eles não estão negociando", comenta o sindicalista. A categoria começou as tratativas reivindicando reajuste de 9,8%. "Depois, viemos para 8,2% e agora chegamos em 7%. Não baixamos disso. O Siecesc insiste em repassar somente o INPC de 5,1%", cita Elias. 

Houve uma mesa de negociação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na última sexta-feira, 21, sem sucesso. "Fomos chamados, provocados pelo sindicato patronal, mas nada conclusivo. Eles tentaram usar o TRT para uma conciliação, mas foram negociar sem apresentar um índice. O Siecesc insiste nos 5,1% e nada mais de ganho real. Vamos continuar tocando as paralisações", anuncia o presidente.

São cerca de 2,8 mil trabalhadores envolvidos na greve em toda a região. O diretor executivo do Siecesc, Márcio Cabral, porta-voz das empresas, está envolvido em reuniões na tarde desta quarta-feira.