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Flávio Dino elogia lockdown no Maranhão: "efeito bastante positivo"

Governador do Maranhão foi entrevistado pela Rádio Som Maior nesta quarta-feira, falou sobre coronavírus no seu Estado e criticou o presidente Jair Bolsonaro
Por Heitor Araujo 13/05/2020 - 09:46 Atualizado em 13/05/2020 - 09:49
Governador do Maranhão, Flávio Dino (Foto: Arquivo / Divulgação)
Governador do Maranhão, Flávio Dino (Foto: Arquivo / Divulgação)

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São Luís do Maranhão é uma das únicas capitais brasileiras a viver período de lockdown, ou seja, a suspensão de todas as atividades não-essenciais. Na ilha de São Luís, onde estão situados outros três municípios além da capital, mais de 97% dos leitos de UTI pelo Sus estão ocupados e a justiça determinou, desde o dia 5 de maio, o lockdown, inicialmente previsto para encerrar no dia 14, mas estendido até 17 de maio.

No Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, falou, nesta quarta-feira, 13, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele elogiou a determinação judicial pelo lockdown. "Uma medida restritiva bastante alta que tem o objetivo de contenção de casos novos. Verificamos um efeito bastante positivo e uma adesão alta", afirmou.

O governador lembrou que em outros municípios maranhenses, especialmente aqueles com nenhum ou poucos casos de coronavírus, os serviços permanecem em funcionamento. Além da prevenção, o Estado aumentou o número de leitos de UTI. "Obrigamos o uso de máscara, começamos isso há 10 dias. Temos programas sociais de fornecimento de máscara. Mantemos a regra geral de conhecimento de todos, de evitar aglomerações. Comércios não-essenciais variam de cidade a cidade. Na capital está fechado, em outras com zero casos mantêm quase que normal", apontou Dino. 

O lockdown na ilha de São Luís gerou críticas do presidente Jair Bolsonaro. Apesar da medida ter sido determinada pelo sistema judiciário, Bolsonaro usou as redes sociais para atacar o governador. "'Documento e declaração de que vai trabalhar'"... Se não tem desce. Assim o povo está sendo tratado e governador pelo PCdoB/MA e situações semelhantes em mais estados. O chefe de família deve ficar em casa passando fome com sua família. Milhões já sentem como é viver na Venezuela", publicou o presidente no Twitter.

Na Som Maior, Dino lamentou a postura do presidente, que vem sendo crítico ao sistema de isolamento como medida de contenção do coronavírus, contrariando a tendência mundial. No dia 22 de março, por exemplo, quando os estados começavam a tomar medidas restritivas - Santa Catarina foi um dos primeiros a decretar suspensão de atividades, no dia 17 do mesmo mês -, Bolsonaro minimizou a força do coronavírus, afirmando em entrevista de que haveria menos de 1 mil mortes por Covid-19 no país.

Na terça-feira, 12 de maio, o país ultrapassou a marca de 12 mil mortos por Covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Segundo especialistas, a contaminação está longe do seu pico - portanto, os números ainda crescerão bastante, sem uma estimativa concreta de até onde podem chegar. A postura negacionista de Bolsonaro foi criticada por Dino.

"Ele (Bolsonaro) não coordena, ele tenta impor uma visão errada, que é única no mundo. Não há outro presidente do planeta que negue o coronavírus, ele nega. Por isso há uma reação praticamente unânime (dos governadores contrários aos posicionamentos de Bolsonaro), não é questão ideológica. A relação federativa está prejudicada. Eu lamento, porque quanto mais diálogo, melhor em momento de crise. Mas é difícil pelo ambiente que Bolsonaro cria", disse Dino à Som Maior.

O governador do Maranhão completou sobre o presidente: "Eu conheço o Bolsonaro porque fui deputado federal com ele. Ele sempre foi assim, uma pessoa difícil, conflituosa e beligerante. Ele briga com os seus mesmos, governadores, deputados e ministros, que antes o apoiavam e agora não mais. O Moro foi praticamente expulso do governo, o mesmo havia acontecido com Mandetta. Ele briga com todo mundo: Alemanha, China, Noruega e Argentina", concluiu.

Dino falou, ainda, sobre o modelo de prevenção colocado em prática no Maranhão. No Estado não houve, por exemplo, suspensão do transporte coletivo. "Mantivemos parte da frota porque não fizemos confinamento total e absoluto. Manteve-se um núcleo de funcionamento da saúde, transporte de cargas, temos um complexo de cargas de bastante importância. Não poderia parar 100%. Temos a própria atividade da saúde e segurança, mas não chegamos ao lockdown europeu ou chinês. Foi um lockdown moderado", explicou.

No país, Maranhão foi um dos estados que apresentaram situação mais crítica na largada do coronavírus. No momento, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é o sétimo estado com mais óbitos por Covid-19: foram 423 até o momento. São Paulo é o estado com mais mortes: 3.949. Na sequência vem Rio de Janeiro (1.928), Ceará (1.280), Pernambuco (1.157), Amazonas (1.098) e Pará (864). Santa Catarina é o décimo estado com menos mortes: 73.

Em São Luís, de acordo com reportagem publicada pelo G1, 97,81% dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados. Dos 183 leitos de UTI exclusivos para a Covid-19, apenas quatro estão livres na capital maranhense; o governo não descarta usar leitos da rede privada. O lockdown na ilha vai até o dia 17 de maio. 

Além de São Luís, estão em lockdown Recife (Pernambuco), Belém (Pará) e Fortaleza (Ceará). Em Manaus (Amazonas), há movimentação na justiça para implantar regime de suspensão das atividades não-essenciais. Especialistas apontam para necessidade de medida semelhante em outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. 

Tags: coronavírus

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