Com o decreto de suspensão de atividades devido ao coronavírus (Covid-19) em Santa Catarina, as aulas também foram suspensas. Agora, municípios e o Estado correm para que o ano letivo não seja perdido. Diversas cidades da região já colocaram em prática o ensino online para a Rede Municipal de Ensino. Na entrevista coletiva desta segunda-feira, 6, o secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni, apresentou um plano para a retomada segura da educação, porém, não de forma presencial, pelo menos por enquanto.

Ele destacou que 42% dos alunos da Rede Estadual de Ensino não tem computador e 18% não tem internet. Entre os professores, este número é de 8%. “Precisamos levar tudo isso em consideração. Que veículos chegam a estas pessoas: rádio, TV e entrega de material impresso. Nem todos tem internet e bom computador em casa. Aqueles alunos que têm acesso à internet participarão das atividades acessando, aqueles que não tiverem, receberão as atividades nas residências, podem ir na escola ou nós podemos fazer a entrega. Em último caso, alunos que não conseguirmos alcançar, as nossas escolas receberão, seguindo todas as regras da secretaria de Saúde”, explicou.

O secretário destacou ainda que a secretaria faz um trabalho intenso com os professores.  “Mais de 19 mil professores já participaram da capacitação. Estamos trabalhando no sentido de urgência, mas pensando no futuro. Em inserir a tecnologia em nossas escolas. Até 17 de abril é o período de organização”, enfatizou Uggioni, acrescentando que 80% dos alunos devem ser alcançados pelas aulas virtuais. “Cada um dos professores vai identificar quem não conseguiu acessar e informar a direção da escola para garantir a totalidade do atendimento. Neste período vamos fortalecer também a relação da família com a escola”, citou.

Outra possibilidade é que, quando as aulas presenciais retornarem, a realização de aulas de reforço no contra turno. “Destacamos neste processo que o professor é protagonista. Nestas atividades não presenciais ele tem papel fundamental em motivar os alunos. Estamos tomando inciativas nunca antes tomadas porque acreditamos que não comprometa o ano letivo”, disse.

Alimentação

Uggioni relatou também que muitos alunos receberão kits com alimentos comprados da agricultura familiar. “Vamos adquirir os produtos que serão entregues nos centros de distribuição do estado e, em parceria com outras secretarias, organizar os produtos em kits e oportunizar quer as famílias busquem na escola. Quem não puder buscar, nós vamos fazer a entrega”, comentou.

Ao todo, revelou o secretário, esta aquisição de produtos chega a R$ 4 milhões. “Estamos aguardando a sanção do presidente da República do projeto federal sem o qual o FNDE não nos permite executar esta operação”, finalizou.