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Especialistas estão no escuro para identificar momento da epidemia na região

Falta de testes é o principal empecilho para determinar o grau do coronavírus em todo o país, o que, segundo médicos, reforça necessidade do isolamento social
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 03/04/2020 - 10:50 Atualizado em 04/04/2020 - 09:27
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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São 8 mil casos confirmados no país, 281 em Santa Catarina e 21 em Criciúma. Com a falta de testes adquiridos inicialmente no Brasil, a confirmação do coronavírus é em relação os casos mais graves que necessitam de internação. Os demais sintomáticos não fazem o exame e são aconselhados ao isolamento domiciliar. Esses fatores deixam a dúvida nos especialistas da área da saúde: em que grau está a epidemia no país, no estado e na região? 

Em Criciúma, a estimativa do diretor técnico do Hospital São José, Raphael Elias Farias, é de que mais de 2 mil pessoas procuraram o atendimento médico, na rede pública e privada, desde que foi instaurado o regime de combate à Covid-19. O último informe epidemiológico do município, divulgado no fim da tarde de quinta-feira, 2, indica que 232 testes foram feitos. 

"Das pessoas com sintomas que procuraram as unidades de saúde, quantas são positivas? Para a gente poder responder isso (em que altura está a epidemia), vamos precisar fazer testes rápidos em massa, para ver as pessoas que estavam sintomáticas há dez ou 15 dias, se elas realmente estão positivas", projeta Raphael.

O infectologista acrescenta que a estratégia deve ser adotada assim que os testes adquiridos pelo governo federal - 5 milhões, segundo dados, sendo que apenas 500 mil já chegaram ao país - estiverem à disposição. "Essa deve ser a próxima estratégia quando tivermos quantitativo de testes", afirma.

Em Santa Catarina, os dados divulgados referem-se a cinco ou sete dias anteriores, por conta da demora da conclusão, de acordo com Raphael. Ele revela que o Lacen recebe 200 ou 300 kits por dia e a demanda por testes está em 1 mil pacientes. Por isso, novas metodologias são buscadas. 

"O teste rápido só é positivo depois do sétimo ou décimo dia do sintoma. Quando tiver a metodologia PCR, que é a procura do vírus, aí sim a gente pode no início do sintoma fazer o teste e em poucos dias ter o resultado. Tem também o teste rápido de antígeno, que procura o vírus e em poucos minutos tem o resultado", esclareceu Raphael.

O pneumologista Renato Matos reforçou a importância do isolamento social, especialmente pela insegurança quanto à definição sobre o estágio do coronavírus no país. "O governo e as academias trabalham com modelos, cenários. Se o cenário for de manutenção de isolamento por mais um tempo, vai ter um tipo de resultado. Se a abertura for precoce, antes do momento adequado, a resposta será diferente.  Se nós mantivermos esse isolamento, é provável que o jogo acabe mais cedo. Se a abertura for feita precocemente, o tempo de prorrogação pode ser extremamente longo", 

Em Criciúma, houve uma morte confirmada de Covid-19 e outra ainda sob suspeita, uma mulher de 71 anos de Balneário Gaivota. Há três pacientes internados com suspeita de coronavírus e um confirmado. Em clínica, são 14 internados sob suspeita e nove confirmados. 

"A ideia básica é de que tenhamos que esperar um pouco mais para saber em que nível a curva (da epidemia) se encontra. Ela está subindo agora somente em pacientes graves. O número de pacientes internados está aumentando. A mortalidade é um dado precoce, geralmente as pessoas morrem 30 a 40 dias depois de serem infectadas, nós não chegamos nessa fase ainda. Não é hora ainda para uma abertura ampla", aponta Renato. 

O pneumologista elogiou o trabalho do ministério da Saúde nas ações tomadas até o momento. "Se fala em falta de comando pelo governo federal. Nós médicos nos sentimos representados e seguros quando escutamos o ministro da Saúde. O Mandetta está com uma posição muito firme e sendo balizado pelo que tem de melhor na área da ciência. Em nenhum momento ele disse que nós estamos capacitados para uma retomada da parte econômica", concluiu Renato. 

O Brasil é o 17º país no mundo com mais casos confirmados de Covid-19. São 327 vítimas fatais em decorrência do vírus. O Sul catarinense foi uma das primeiras regiões a registrar o contágio comunitário do coronavírus. 

Tags: coronavírus

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