Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Especialistas consideram prematura a possibilidade de retomada de atividades

Avaliação é de que os dados coletados são insuficientes e que isolamento vertical tem eficácia desconhecida
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 03/04/2020 - 10:01 Atualizado em 03/04/2020 - 10:01
Raphael Elias Farias, diretor técnico do Hospital São José (Foto: Arquivo / 4oito)
Raphael Elias Farias, diretor técnico do Hospital São José (Foto: Arquivo / 4oito)

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Especialistas da área da saúde mantêm o posicionamento favorável ao isolamento social em Criciúma. A análise é de que os dados no Brasil ainda são preliminares e que a infrestrutura em Santa Catarina é, no momento, insuficiente para a reabertura gradativa das atividades econômicas, como por exemplo o comércio. 

De acordo com o pneumologista Renato Matos, é consenso na área científica de que o isolamento social é fundamental para contenção do vírus e evitar o colapso no sistema de saúde. "A ciência mostra os números. Os políticos vão tomar as decisões, com mais ou menos acertos. O isolamento é a melhor situação ainda no Brasil e em outros países com números imensos de coronavírus", disse.

O infectologista Raphael Elias Farias, diretor técnico do Hospital São José, desacredita na proposta levantada no país de isolamento vertical, inclusive com apoio do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, que pediu o retorno das atividades econômicas para a próxima semana. 

"Até onde eu li, nunca (em nenhum país) foi adotada a estratégia de isolamento vertical. A gente não tem números se isso é eficaz. Todos os pacientes estão dispostos e podem ter a doença", afirma o médico. Ele acrescenta que nenhuma faixa etária está imune aos agravos de Covid-19. "Jovens e idosos podem ir para a UTI. A mortalidade que é maior em grupo de risco e idosos. As pessoas todas estão suscetíveis, ou seja, a partir do contato com o vírus podem ter a doença. Podem produzir anticorpos e sentir pouco sintoma ou podem ficar doentes com quadro mais grave de internação e UTI. Todos", salienta Raphael.

Renato relembra os países mais afetados, até o momento, pelo coronavírus. Itália (13,9 mil mortes), Espanha (10,9 mil mortes) e Estados Unidos (6 mil mortes). "Na Itália, Espanha e Estados Unidos, alguém está discutindo a validade do isolamento social? De maneira nenhuma. Nesse momento o isolamento social é buscado inclusive por vias pesadas, a pessoa pode ser presa ou multada por valores altos. Poucos países não assumiram essa situação, como Belarus. Trump se dobrou. No México, o Lopez (Obrador, presidente, que chegou a ter a postura negacionista comparada à de Bolsonaro), se dobrou. No Brasil felizmente temos uma curva devagarinho, talvez em 15 dias a gente tenha uma posição melhor", projeta.

"Existem projeções. Do ponto de vista técnico, o momento de abertura é quando tivermos pelo menos uma convicção maior de que a curva de infectados já subiu (o ápice). O problema é que nós não testamos. Como vamos saber se a infecção está em progressão ou estabilizada se nós não testamos quase ninguém? Sem testes vamos trabalhar ainda mais no escuro", completa Renato.

Raphael concorda com a avaliação de Renato. Para o infectologista, quando houver melhora no sistema de exames para detecção do vírus, pode-se começar a alterar a estratégia de isolamento. 

"A hora que a gente tiver o quantitativo populacional que já se expôs, a gente pode tomar medidas mais seguras de liberação de atividades, de sintomáticos ficarem isolados, a gente consegue mudar as estratégias. Acredito que o vírus está circulando, porque a gente tem visto casos mais graves chegando. As medidas foram tomadas no momento certo, acredito que o isolamento social deva ser continuado, pensando do ponto de vista médico. Do ponto de vista econômico tem outras autoridades do assunto para ver qual será o impacto", disse. 

No Estado, a suspensão das atividades comerciais está garantida, pelo menos, até a próxima quarta-feira, dia 8. Municípios solicitaram aumento do repasse do ICMS, o que foi negado pela secretaria estadual da Fazenda. Em Criciúma, Salvaro prometeu que não haverá atrasos de salários no mês de abril. 

Tags: coronavírus

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito