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Em discussão, a volta dos eventos com cuidados garantidos

Uma decoradora, um promoter e um empresário do setor se reuniram na Som Maior para discutir o semestre de dificuldades
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 22/09/2020 - 15:45 Atualizado em 22/09/2020 - 15:59
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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Um semestre inteiro sem poder trabalhar como antes. Eis a triste realidade dos envolvidos com o segmento de eventos em Santa Catarina. Tudo por conta da pandemia de Covid-19 e dos necessários cuidados impostos pelas autoridades sanitárias.

Acossados pelas dificuldades econômicas, os que vivem do setor se mobilizaram e promovem nesta terça-feira, 22, a partir das 16h30min, uma passeata na Avenida Centenário, em Criciúma. "Queremos voltar a trabalhar", reforça a decoradora Daiane Savi, representante do setor. Ela participou de uma edição especial do programa Agora que discutiu, na Rádio Som Maior, a situação do segmento.

"Eu tinha uma agenda contínua, permanente. A minha agenda funciona muito antecipada, é de quase 24 meses. As noivas, por exemplo, me contratam. E os outros eventos acontecem mais relâmpago, durante o mês, corporativo. O social é agendado com muita antecedência", lembrou o promoter Marcelo Cabral, também duramente impactado pela suspensão das atividades. "Seis meses estamos em stand by, na geladeira", destacou. 

A expectativa é grande quanto à retomada, tanto que Cabral já mantém agenda preparada, com casamentos e outros eventos, a partir de dezembro, e está marcando eventos para 2023. "Fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar, mas estamos com muita esperança", salientou. 

Marcelo Cabral com seis meses de agenda suspensa

O tamanho da repercussão social e econômica não é pequeno. São muitos envolvidos direta e indiretamente. "E quando a gente fala todos, são garçons, seguranças, copeiras, doceiras, boleiras, são verdadeiros artistas. Alguns tem trabalho fixo durante a semana mas outros vivem literalmente dos eventos", frisou Marcelo.

À espera do amarelo

O mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde orienta sobre as normas que podem ou não ser adotadas em cada região. "Esperamos que voltem os eventos e baixe logo a curva, para a gente vir para o amarelo. Chegando lá, teremos 40% da capacidade para voltar a trabalhar. Os eventos têm uma proporção muito grande", afirmou Daiane Savi. Ela lembrou que, atualmente, a região carbonífera encontra-se no estágio laranja, que aponta para o grave, que ainda não permite a liberação de eventos. "A quantidade de pessoas envolvidas, dos segmentos, é muito grande", pontuou.

Ela lembra que festas de menor porte, familiares, estão acontecendo sob cuidados. "Lógico, tem aquele evento menor, que acontece em casa. Como eu trabalho com locação, mas não tem comparação com o que era, não temos o mínimo para nos manter", sublinhou. "A economia parou", ampliou a decoradora.

Daiane já representou o segmento em diversas reuniões em Florianópolis, com o Estado. "O governo deveria escutar a gente e pontuar o que realmente é necessário. Estamos esperando a retomada logo", reclamou.

Músicos passando fome

Entre tantos impactados, estão os músicos, privados de trabalhar por conta das limitações na vida noturna das cidades. O drama é confirmado pelo empresário e DJ Juninho Maffioletti, que tem uma casa noturna em Criciúma. "Na cidade a gente abriu uma noite esse ano, em março. Estamos há sete meses fechados. Eu represento os dois lados da moeda, a parte dos músicos e produtores e dos donos de casas noturnas. É o limite, não dá mais para segurar, não tem como", comentou.

Ele lembrou, ainda, as dificuldades que profissionais da música têm para se recolocar no mercado. "O momento é complicado, quem viveu sempre da noite vai fazer o quê? Se até para empregos estamos vivendo uma situação difícil, se até hoje ele viveu somente da noite", salientou. "Presenciamos casos de famílias passando fome, de a gente ter que ajudar, fazer mutirão", revelou.

O empresário Antônio Pereira, o Tonhão, proprietário do AM Master Hall, estava ouvindo o Agora e, em contato com a Rádio Som Maior, entrou no ar e contou a sua situação, como dono de estabelecimento de eventos que foi alvo de recente e pesado investimento. 

"Eu tinha 64 funcionários fichados, mais de 200 colaboradores no total, dispensamos 42 funcionários, os demais estão naqueles contratos que pagamos 30% e o Governo Federal paga o resto", contou. "A nossa situação é muito crítica. Doamos cestas básicas, da comida que havia estocada aqui, para os nossos antigos colaboradores", finalizou.

Ouça a íntegra do programa no podcast:

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