Quem passar em frente ao Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Criciúma, no bairro Próspera, verá a fachada do câmpus tomada por faixas de repúdio à André Dala Possa, reitor não eleito que foi indicado diretamente pelo Ministério da Educação (MEC), e de apoio ao professor Maurício Gariba Júnior. Gariba venceu as eleições para a reitoria do Instituto ainda no ano passado mas, devido a um processo administrativo, foi impedido de exercer o cargo. 

Com isso, membros do movimento estudantil do IFSC estão realizando ações contra a posse de André, que assumiu após o professor Lucas Dominguini, do Câmpus Criciúma, ter rejeitado o cargo de reitor temporário. “Tem sido um desafio muito grande pro movimento estudantil, porque a pandemia dificultou muito as mobilizações e a gente não está podendo se reunir”, destacou Filipe do Santos, membro do Resistência Estudantil Contra Cortes na Educação (RECCE).

As faixas e cartazes pedindo a posse de Gariba não são exclusividade de Criciúma. Os estudantes já expuseram as chamadas em vários outros câmpus do instituto, como São José, Palhoça e Caçador. Em Florianópolis, os cartazes estão distribuídos também em pontos estratégicos da cidade. “Já temos vários câmpus com fachadas pedindo a posse do reitor eleito e contra o interventor”, disse Filipe.

Futuro de Gariba

Enquanto Maurício ainda não assume a reitoria, há uma série de ações populares movidas tanto por entidades estudantis, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), quanto pela própria equipe de Gariba. Filipe destaca que é difícil fazer o contato com o MEC, e que o próprio reitor André dificulta o processo de atuação da equipe de Maurício.

“O interventor tem tentado cercear a equipe do professor gariba dos espaços. A equipe do Gariba pediu espaço nos conselhos do colegiado para poder ouvir e contribuir as discussões, já que irão assumir daqui um tempo. O interventor não queria dar, tivemos que levar isso para o Consup que forçou a aceitar a presença”, ressaltou.

Felipe destaca que é esperado que, quando o processo administrativo de Gariba se encerre, ele possa assumir a reitoria - mas que não ficaria surpreso caso houvesse outro empecilho. “Sabemos que na verdade o problema nunca foi o processo, mas sim que o professor Gariba tem um histórico de luta sindical, que pessoas da sua equipe estudam correntes de esquerda e tudo mais. Não sabemos até que ponto vão conseguir inventar coisas para impedir a posse dele”, comentou.