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Direitos humanos e diversidade viram pauta no Avesso

Preconceitos com as comunidades marginalizadas e como avançar em relação à isso foram alguns dos assuntos debatidos no programa
Por Paulo Monteiro Criciúma, SC, 18/11/2019 - 15:57 Atualizado em 18/11/2019 - 16:01
Fotos: Amanda Farias / 4oito
Fotos: Amanda Farias / 4oito

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Independentemente de quem você é ou em qual lugar do mundo você está, há algumas liberdades fundamentais as quais você tem todo o direito de reivindicar. Para falar sobre diversidade e direitos humanos, o Programa Do Avesso recebeu nesta segunda, 18, a travesti especialista no assunto, Keila Simpson, o escritor transgênero Kaio Lemos e a coordenadora do Programa DST/HIV/Aids e Hepatites Virais de Içara, Samira Abdenur.

Diferente do que muitos pensam, os direitos humanos não foram criados para “defender bandidos” em todas as situações, mas sim para defender a integridade de todas as pessoas. “Se o bandido cometeu algum crime, ele deve ser punido pela lei e não pelo homem. Não defendemos a impunidade, e sim que as pessoas que possam ser punidas pelas vias dos direitos humanos não sejam somente negros, favelados e pessoas com baixa renda”, ressaltou Keila, afirmando que são essas as populações mais vulneráveis à punições.

Keila destaca ainda que a naturalização de massacres e preconceitos sofridos por uma parcela marginalizada da população, faz com que a mesma não tenha nem ao menos oportunidade para ascender socialmente. “Quem está na classe A da elite certamente não quer abrir mão dos privilégios para quem está na classe C, mas por que que essas pessoas da classe C não podem ascender e procurar uma vida melhor?”, questionou.

Ainda fortemente presente na sociedade, o preconceito com a comunidade LGBTQI+ impede que muitas pessoas, dignas dos mesmos direitos do que qualquer um, sofram com o isolamento e com a restrição de acessos a locais e cargos - algo que precisa ser mudado. “A gente já viveu muito tempo oculta, escondida, e hoje não queremos mais isso. Queremos ocupar os espaços sociais da sociedade, não tirando os privilégios dos outros e nem os afetando, apenas garantindo o respeito da nossa dignidade porque também somos cidadãos desse país”, afirmou Keila.

Transgênero masculino há anos, Kaio Lemos afirma que a simples definição de homem ou mulher ao nascimento já mostra uma certa imposição feita pela sociedade. “Quando você diz que você nasce uma mulher ou homem, em relação ao contexto trans feminino, você está dizendo que aquela pessoa nasceu com todas as características, e nós não nascemos com essas características, aquilo foi uma imposição social cultural”, comentou.

Aceitar a comunidade LGBTQI+ e igualar os seus direitos ao de todos é apenas um dos passos necessários para que toda a sociedade se torne igualitária e apta para auxiliar essa população. A criminalização da homofobia, discutida recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é um dos exemplos de avanços necessários e indispensáveis para uma sociedade moderna e desconstruída- uma desconstrução que depende muito do diálogo e que pode, demorar ainda, muitos anos para acontecer.

“Se eu pensar que na década de 80, em Salvador, que travesti não podia sair na rua que era presa e que hoje está em uma rádio, em uma cidade do interior de Santa Catarina, isso é um avanço significativo. Acho que não vamos precisar de 50 anos”, concluiu Keila.

Essa temática vai dominar a terceira edição do Encontro Regional de Direitos Humanos e Diversidade, que será realizado nesta terça-feira, 19, em Içara.
 

Tags: do avesso

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