Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

De volta às origens: um passeio pelo Rio Araranguá

Iniciativa do Comitê da Bacia do Rio Araranguá permitiu reconhecer o rio de perto
Por Vanessa Amando Araranguá, SC, 25/03/2019 - 09:15
Encontro dos rios Araranguá e Itoupava, importante manancial regional / Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Encontro dos rios Araranguá e Itoupava, importante manancial regional / Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Em alusão ao Dia Mundial da Água, celebrado na última sexta-feira, o Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba convidou lideranças políticas, órgãos ambientais, imprensa e conselheiros das diversas entidades que compõem o Comitê para uma experiência diferente: um passeio de barco até o encontro dos Rios Itoupava e Mãe Luzia, onde é formado o Rio Araranguá. O evento “Redescobrindo a Bacia do Rio Araranguá” partiu de uma propriedade particular às margens do Rio Araranguá, no Bairro Barranca.

De acordo com o presidente do Comitê, Luiz Leme, esta foi a segunda edição do evento. Um dos objetivos, segundo ele, é proporcionar a experiência de reconhecimento ao Rio Araranguá e sua origem. “Existe uma diferença entre os dois Rios que formam o Araranguá, tanto que é possível observar que eles apresentam coloração diferente. As águas do Rio Itoupava são poluídas, principalmente, pela irrigação no cultivo de arroz; já o Rio Mãe Luzia é poluído por rejeitos dos setores industrial e de mineração”, pontua.

Leme também afirma que, conforme o Plano Estadual de Recursos Hídricos, divulgado no ano passado, as Bacias Hidrográficas da região Sul catarinense foram elencadas como a situação mais crítica de todo o estado, tanto em relação à qualidade da água, como em quantidade. Entre elas, a Bacia do Rio Araranguá apresenta a pior situação de Santa Catarina, principalmente pelo uso excessivo, mas também pela má qualidade.

“É fundamental que as pessoas se conscientizem sobre a importância da água e como ela está sendo malcuidada. Que passem a economizar água em casa e planejem usar menos água também no seu local de trabalho, na sua produção diária, para que isso possa se traduzir em um Rio com maior quantidade de água disponível para todos”, ressalta Leme.

Ele acrescenta que um dos fatores preocupantes também é o volume de lixo encontrado na beira do rio, o que afeta diretamente a qualidade da água. “Hoje ainda vemos muito lixo plástico, garrafas pet, restos de móveis, até televisores. Quem jogou isso no Rio? Certamente não vem da indústria, é lixo de casa, descartado por pessoas. Isso demonstra a total falta de consciência das pessoas mesmo. É preciso que haja mudanças nesse sentido para termos uma água com qualidade melhor”, destaca.

Os caminhos para resolver os problemas

Além de apresentar os principais problemas, o Plano Estadual de Recursos Hídricos apontou, ainda, diversas ações que deveriam ser colocadas em prática a curto, médio e longo prazo para reverter a situação ruim das Bacias do Rio Araranguá e Rio Urussanga, também do Sul catarinense. Até pouco tempo sem verba para executar as ações, os dois Comitês de Gerenciamento receberam, em outubro passado, em torno de R$ 378 mil de incentivo por dois anos.

A professora e secretária executiva do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Yasmine de Moura da Cunha, conta que a entidade já está promovendo e continuará realizando ao longo desses dois anos cursos de capacitação e ações de conscientização e educação ambiental. Os cursos são ministrados por membros do Comitê para três setores diferentes: o Poder Público, a sociedade civil e os usuários de água. Alguns cursos também são voltados para a resolução de conflitos no uso da água.

Ações permanentes de conscientização

As ações de conscientização e educação ambiental ocorrem, principalmente, com professores e estudantes das redes pública e privada de ensino da região, como explica Yasmine: “Ou entramos em contato com as escolas ou elas nos procuram, principalmente na semana do Dia Mundial da Água. Isso para todos os municípios que compõem a Bacia do Rio Araranguá. Trabalhamos a conscientização de professores e membros de ONGs ambientais para que sejam multiplicadores dessa proposta de preservação da água do Rio”.

Já os alunos, além dos ensinamentos em sala de aula, também são convidados a vivenciar a realidade que os cerca. “Levamos as crianças até o Rio mais próximo do colégio delas para que observem a situação real em que se encontra a água, com poluição, poucos ou nenhum peixe e muito lixo no entorno”, esclarece Yasmine.

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito