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De Treviso para Criciúma, passageiro reclama de ônibus lotado

Com horários a menos, a quantidade de pessoas aumentou nos ônibus que ligam as duas cidades
Por Vitor Netto Treviso / Criciúma - SC, 03/07/2020 - 12:02 Atualizado em 03/07/2020 - 12:05
Passageiro fez flagrante do interior do ônibus de Treviso em uma das viagens da semana / Divulgação
Passageiro fez flagrante do interior do ônibus de Treviso em uma das viagens da semana / Divulgação

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Devido a pandemia do novo coronavírus, a capacidade dos ônibus interurbanos da região foi afetada e alterada para preservar e garantir a saúde dos passageiros. Contudo, diariamente Mário* utiliza o transporte de Treviso a Criciúma para trabalhar e ele relata que tem feito uso de ônibus com a capacidade superior ao permitido. 

Com linhas em horários reduzidos, os passageiros precisam se adiantar, o que está gerando um acúmulo, com acréscimo nas aglomerações. "Antes tinha um horário às 6h10min e um às 6h50min. Agora tem às 6h e depois só às 7h50min, o que tem feito todo mundo ir no das 6h", explica o passageiro. Ele cita que tem presenciado pessoas em pé, o que redundaria, na sua análise, em superlotação. "Não tem ninguém no ônibus fiscalizando. Em Treviso, que é onde eu pego, não embarca muita gente, mas no caminho ele vai parando e enchendo de passageiros", explica. 

O usuário cita, ainda, que a capacidade de pessoas varia de um dia para outro, já que o modelo do ônibus muda. "Hoje foi aquele ônibus mais velhinho, que cabe mais gente. Tem dia que é aquele ônibus mais novo, estilo de excursão, é mais confortável mas cabe menos gente", comenta. 

Ônibus novo, sem ar circulando

Ele ainda comenta que quando é utilizado o ônibus mais novo, não há janelas e a única circulação de ar vem das janelas do teto do veículo. Mário tentou denunciar na Polícia Militar, por meio do número 190, contudo foi informado que precisava conversar com a Polícia Civil, que encaminhou para ligar para as Delegacias de Polícia (DPs), mas ninguém atende. Ele também relembra que o uso de máscaras está sendo respeitado por todos e não viu nenhuma situação do tipo. 

Empresas devem controlar

Conforme o gerente de Operações da Roteiros do Sul - empresa responsável pelo Terminal Rodoviário Algemiro Manique Barreto -, Marcelo Fernandes, esse controle de pessoas dentro dos ônibus durante o trajeto é de responsabilidade da própria empresa da linha. Ele ainda explica o decreto estadual garante que a lotação dos ônibus das linhas urbanos rodoviárias, que é o caso do ônibus de Treviso, o decreto prevê a lotação de bancos e não de distanciamento. 

"Se o ônibus tem 50 lugares, pode ter 50 pessoas. O decreto, neste quesito, não fala sobre distanciamento entre as pessoas", aponta Fernandes. "O que diferencia de quando o ônibus faz destinos mais longos, como por exemplo Florianópolis, quando o decreto libera apenas 50% do número de poltronas no veículo", acrescenta. 

Ele também explica que a Rodoviária não pode fiscalizar os ônibus que chegam ao local, pois além de ser responsabilidade da empresa, muitos fazem paradas no trajeto, então a quantidade de pessoas varia. "Outro ponto que é importante nós frizarmos, é sobre a questão de pessoas em pé nos ônibus. Quando o ônibus sai da rodoviária de Criciúma e anda um trajeto do raio de até 100 km, pode ter pessoas em pé, desde que respeite o número de poltronas e de pessoas", sublinha o gerente. Ou seja, se o ônibus conta com 50 assentos, pode transportar 48 sentados e dois passageiros em pé.

Fernandes ainda destaca que a Rodoviária conta com um setor da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), que pode receber essas denúncias sobre lotações e o uso de máscaras dentro dos ônibus, para então realizar a fiscalização. De acordo com o gerente, ainda não receberam denúncias formais.

ZTL se manifesta

Conforme Everton Trento, um dos sócios da ZTL - empresa que cuida da linha Treviso / Criciúma, são casos pontuais de superlotação. "Não há nos nossos relatórios casos como esse de pessoas a mais nas linhas", explica. De acordo com ele os motoristas acabam sentido pena na hora de deixar as pessoas nas paradas e acabam deixando entrar no ônibus. "São casos pontuais, vai ocorrer naquele ou outro dia, mas os nossos registros não apresentam isso. Se for algo muito recorrente, pode ir na empresa que vamos averiguar", frisa.

Trento explica que na linha de quinta-feira, 3, dia que foi clicada a foto postada nessa matéria, a média de passageiros no ônibus, de acordo com os registros de passagens, foi de 47, sendo que o ônibus conta com 48 lugares. "Ontem no horário das 6h da manhã nós registramos ao todo 54 passageiros, ou seja, seria 48 sentados e seis em pé. Mas como o ônibus faz paradas, ele não veio com 54 passageiros até Criciúma. Ele vai parando e recebendo e deixando pessoas, então a média é de 47 pessoas no total", explica. "Daí tem pessoas que preferem não sentar, daí parece que tem lotação, mas é um caso atípico", completa. 

Outro exemplo que ele traz são os registros do ônibus das 8h, que registrou a médica de 32 passageiros. Já o das 17h teve superlotação, tanto que segundo Trento, um ônibus saiu da rodoviária lotado e chamaram outro veículo para levar o restante dos passageiros. "Mas as medidas de utilização de máscaras e álcool em gel nos veículos continuam sendo obrigatórias.", conclui o empresário 

*Mário é um nome fictício para preservar a identidade do passageiro

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