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De todas as mulheres do Hospital São José

Histórias daquelas que estão há meses na linha de frente de combate à pandemia de Covid-19
Por Redação Criciúma - SC , 07/03/2021 - 17:20
Isolene Lofi, diretora geral do São José / Foto: divulgação
Isolene Lofi, diretora geral do São José / Foto: divulgação

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Com os rostos agora, marcados pelas máscaras, algumas diretamente na linha de frente no combate da Covid-19, outras dando suporte para que uma "engrenagem" inteira tente se manter no eixos. As mulheres do Hospital São José, são a grande massa da Instituição que há quase 85 anos, vem mudando a história da saúde na região.

No Hospital São José, no quadro de colaboradores, a predominância é de mulher. Ao todo, 1345 mulheres fazem o Hospital São José "acontecer".

A Cláudia, a Jucélia, a Maria ,a Débora, a Isolene a Elisa, todas as mulheres com profissões diferentes, mas todas trabalhando para que de uma forma ou de outra, possam, com suas respectivas habilidades contribuir com a saúde das pessoas. 

Das mais de 1300 mulheres, cada uma com suas rotinas, suas famílias, filhos ou não, casadas ou não; juntas, buscam fazer a diferença no lugar onde foram chamadas para exercer sua profissão.

O que elas têm em comum? O amor pelas pessoas.
 
A rotina dessas mulheres em 2020 mudou significativamente, ficou intensa e desafiadora. Em meio à uma pandemia que vem assolando o mundo, todas hoje têm um único objetivo, cuidar das necessidades dos pacientes que buscam por ajuda no hospital.

As mulheres, espalhadas nos mais de 90 setores da instituição são copeiras, médicas, higienizadoras, psicólogas, administradoras, enfermeiras, contadoras, recepcionistas, costureiras, etc; todas com funções diferentes, mas que juntas, se unem para um único propósito, em um mesmo lugar.

Lidando com diferentes situações

Em um ambiente hospitalar, lidar com a dor é motivo de batalha todos os dias. Mas, mulheres como a Maria, fazem a rotina dos pacientes se tornar um pouco mais leve.  Em tempos de pandemia, onde o trabalho de todas elas se tornou mais do que essencial, fazer tudo, com muito mais atenção virou sinônimo de amor em dobro.

Maria Correia, higienizadora do São José

"Neste tempo de pandemia a gente se desdobra muito na limpeza. Estou aqui há 21 anos, e nunca imaginei que um dia a gente fosse viver isso. Tudo é mais intenso agora, e mesmo assim, a gente faz sempre com muito carinho e amor. Amor pelas pessoas. Eu só queria que as pessoas entendessem sobre a importância do cuidado como a gente se cuida aqui dentro. Cuidamos de nós e dos pacientes. Se todos pensassem assim, certamente iria ajudar a preservar a vida das pessoas", aponta Maria Correia, higienizadora do HSJosé.

O medo e a ansiedade são constantes na rotina da Débora que há seis anos, contribui para o cuidado dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva – UTI. Lidar com situações inesperadas todos os dias tem sido um desafio para a técnica de enfermagem.

Débora da Silva, técnica de enfermagem do hospital

"Acho que os principais desafios que enfrento trabalhando em UTI estão o medo e a gravidade dos pacientes. Trabalhar em meio à pandemia e ainda em um setor tão importante e necessário como a UTI COVID, tem sido um grande desafio para mim; tanto profissionalmente como na minha vida pessoal. Todos os dias, encaro tudo isso. Tenho medo de contrair o vírus e de transmiti-lo, principalmente para nossos entes queridos, e todo dia é algo novo, mas algo que percebo muito é o preconceito, este sempre há, por ser mulher não, mas por estar na linha de frente dentro de uma UTI COVID com certeza sim", pontua a técnica de enfermagem Débora Gonçalves da Silva.
 
A ajuda ao próximo em diferentes setores

Assim como a Maria, e a Débora, todas estão na batalha para tentar ajudar na cura das pessoas, no alívio de suas dores, na resolução de situações, auxiliando desde o acesso às informações à recepção para uma possível internação. 

Apesar de o maior assunto que se tem ouvido falar, o coronavírus; muitos outros problemas, outras patologias também continuam acontecendo. Assim como uma equipe inteira de profissionais de diversas áreas concentrou suas forças para o enfrentamento da Covid-19, outros tantos, continuam também auxiliando pacientes que são acometidos com outras patologias e enfermidades.

É o caso da Jucélia, que atende pacientes que chegam até a Instituição no setor de internação para realizarem algum tipo de procedimento. Mesmo não estando diretamente na linha de frente; pela janela de vidro no corredor extenso, que liga a outros setores do hospital, ela vê o desafio das colegas de trabalho.

Jucélia, recepcionista de internação do São José 

"O principal desafio desde que entrei aqui foi lidar com o emocional; meu e das pessoas que aqui estão. Convivemos e lidamos diariamente com diversos tipos de pessoas e sentimentos, saber receber as pessoas e/ou conviver com os colegas com empatia e respeito, é minha principal obrigação. Neste momento então, esta empatia precisou ser redobrada, as pessoas estão precisando de atenção. Nesse momento a gente sente muito medo sim, mas acredito e confio em Deus e sei que nada acontece sem que seja permitido", pontua Jucélia C. Gomes, recepcionista do setor de internação do HSJosé.

Para Elisa a situação neste momento tem sido literalmente intensa. Dra Elisa Baldessar é médica intensivista, e atua todos os dias na Unidade de Terapia Intensiva-UTI do HSJosé. Mesmo em uma rotina tão complexa que é tratar pacientes que estão em UTI, a médica não deixa de ter esperança em dias melhores.
 
"Nós mulheres somos 70% dos profissionais de saúde do mundo. Aqui no nosso  hospital, temos diversas guerreiras lutando contra a Covid-19 e outras diversas doenças. Nós somos a maioria que trabalha na cura, na assistência, no acalento dos doentes. Tivemos dias ruins, dias melhores.  Esperança é o nosso fator impulsionador, esperança de que isso acabe, esperança que nossos pacientes possam ir bem para a casa, esperança por um dia sem morte, esperança por nós, esperança pela ciência, esperando que o melhor aconteça. Essa guerra também tem o rosto de mulher", pontua a especialista. 
 
A missão das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, religiosas que administram o Hospital São José, sempre foi: "Fate Bene Fratelli – Façam bem irmãos, e é neste movimento, nesta constância, que elas seguem cuidando de cada colaborador, de cada doente com dedicação e amor.

Hoje, só no hospital São José, 13 religiosas, se dedicam também no cuidado com as pessoas, seja na área administrativa, assistencial ou logística. Nenhum recuou, assim como no início de seu trabalho em Criciúma, onde tiveram que também enfrentar um difícil momento vivido na época . Elas continuam firmes em seu propósito de cuidar de vidas. Em meio a pandemia elas não pensaram em desistir nenhum um dia se quer, e não ficaram longe do que foi lhes dado como missão. 

"Estamos vivendo um tempo de muitos desafios, que nos fazem refletir e pensar em tudo que realmente importa em nossa vida. Fortalecemos a fé, a solidariedade e mais do que nunca estamos aprendendo a viver o momento presente, que nos pertence. O amanhã é incerto para todos. Somos mulheres de esperança e acreditamos que um amanhã melhor virá", assim como as mulheres bíblicas, que se dedicaram e enfrentaram também os desafios de seu tempo, mas com coragem e firmeza foram testemunhas de mudanças, finaliza Irmã Isolene Lofi diretora Geral do HSJosé.

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