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Da tragédia na Colômbia à morte por infarto

Por Denis Luciano Chapecó, SC, 27/03/2019 - 06:10 Atualizado em 27/03/2019 - 09:37
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‘“O que é isso?” Perguntei a mim no meio do nada”. A memória de Rafael Henzel voltava à madrugada de 29 de novembro de 2016. Entre gritos, poucos em português e muitos em espanhol, o jornalista não sabia, mas estava diante de uma tragédia. As horas posteriores confirmariam os 71 mortos da queda do avião que levava a Chapecoense para fazer história na Copa Sul-Americana. Quis o destino que Henzel fosse o primeiro a partir entre os seis sobreviventes daquele triste e inesquecível acidente.

Rafael Henzel faleceu ontem. Aos 45 anos, o vibrante narrador da Rádio Oeste Capital FM, único jornalista sobrevivente da tragédia de Medellín, morreu na noite passada, em Chapecó, enquanto curtia uma de suas diversões preferidas, que ele próprio havia relatado quando do primeiro aniversário do acidente. “Um ano depois (do acidente) eu posso jogar meu futebol três vezes por semana, narrar os jogos da Chapecoense viajando bastante e, claro, desfrutar dos dois programas que eu tenho na Rádio Oeste Capital FM”. Ele estava diante disso tudo ontem, terça-feira. Havia acabado de apresentar um programa no rádio, estava batendo bola com os amigos e na véspera de narrar Chapecoense x Criciúma, o confronto de hoje pela Copa do Brasil.

Henzel foi vítima de um infarto. Recebeu atendimento e não resistiu. Ele que contava, com orgulho, a forma como reagiu à tragédia de 2016. “Minha cabeça não ficou esperando. Eu projetei a minha vida para que eu pudesse segui-la”, contou, em uma entrevista em 2017. Ele escreveu um livro, “Viva como se estivesse de partida”, no qual narrou toda aquela saga. “Tive dois pulmões perfurados, sete costelas quebradas, pneumonia muito forte, sangue no pulmão, lesões nos dois pés, ferimentos no rosto, isso não me abalou”, referia. “Não fiquei esperando um segundo milagre”.

Além do livro, Henzel relatava a sua experiência em palestras mundo afora. No último sábado, havia retornado da Europa, onde passou por eventos de lançamento de um documentário na Espanha e Itália. A Chapecoense anunciou luto oficial logo após a confirmação da morte do jornalista e solicitou à CBF o cancelamento do jogo diante do Criciúma hoje, o que a CBF não autorizou.

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