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Covid-19: Pesquisador aponta pico em uma ou duas semanas

Felipe Dal Pizzol, que é da Unesc e referência nacional na matéria, é difícil que haja uma segunda onda da doença
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 02/06/2020 - 17:51 Atualizado em 02/06/2020 - 17:52
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Em entrevista ao Programa Agora, da rádio Som Maior, o professor e pesquisador da Unesc, médico intensivista e pneumologista, Felipe Dal Pizzol, diz acreditar que o pico do novo coronavírus (Covid-19), no Brasil deve ocorrer dentro de uma ou duas semanas. “Os dados nacionais são de aumento importante nos casos, região Sudeste, Nordeste, Norte. Vimos cidades grandes que ainda tem percentual pequeno de pessoas com anticorpos contra a Covid-19. Existe um espaço para que a pandemia cresça no Brasil. Normalmente os países chegam no pico em um mês e meio, dois meses e do segundo para o terceiro mês começa a ficar mais controlado. Menos casos novos, mais casos antigos, resolução das doenças. A indicação é que ainda não chegou o pico no Brasil. Mas está próximo, talvez em uma ou duas semanas e a partir daí tenhamos uma redução de casos”, comentou.

Mesmo com a redução de pacientes positivados para Covid-19, Dal Pizzol disse que os óbitos podem seguir acontecendo, e explica o motivo. “Talvez ainda continue um aumento no número de mortes porque as pessoas ficam na terapia intensiva e essas mortes acabam sendo diluídas por semanas depois da epidemia começar a reduzir. Mas a tendência, vendo os outros países, o pior da crise está chegando e se encaminhando para um fim dela”, enfatizou.

“Várias pandemias no mesmo país”

Felipe Dal Pizzol, faz parte de pesquisas em nível internacional e integra a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Na entrevista, ele ainda citou pesquisa da Universidade Federal de Pelotas sobre a Covid-19, que coloca Santa Catarina e Rio Grande do Sul com bons resultados no enfrentamento à doença. “Se a gente olhar os dados inteiros do Brasil, a impressão da Organização Mundial da Saúde é que o país como um todo ainda está chegando no pico máximo de casos, mas Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm um panorama diferente. Todo mundo pensava que a pandemia fosse ser mais homogênea no Brasil, mas o que temos observado é que temos várias pandemias dentro do mesmo país. O estudo epidemiológico feito pela Universidade Federal de Pelotas, no Brasil como um todo, mostra que a proporção de pessoas positivas para coronavírus em Santa Catarina é menor que 1%. O que sugere é que a pandemia se comporte diferente aqui, por uma adesão, talvez, às medidas de convívio social”, salientou Dal Pizzol, acrescentando que conforme esta pesquisa, os catarinenses aqueles que mais apontaram o cumprimento das medidas de isolamento social. 

Difícil a possibilidade de segunda onda 

Para falar do comportamento do novo coronavírus, ele lembrou que a SARS foi erradicada em 2014 e a MERS ficou restrito ao Oriente Médio. “A intensidade desta epidemia foi muito maior que as outras, por isso tem que ter a cautela com relação a uma segunda onda, mas a experiência do mundo mostra que da forma como anda, com as medidas, tem uma contenção de casos novos e podemos, na medida que os meses passam voltar a uma vida normal. Temos visto que apesar do aumento dos casos, a quantidade de pessoas com a doença resolvida vem progressivamente aumentando”, citou.

Outro ponto comentado por Dal Pizzol que pode impedir o surgimento de uma nova onda do novo coronavírus é a forma como as atividades em todo o mundo está retornando. “Todos os locais do mundo, mesmo depois da abertura para o mais próximo do normal, não se teve uma segunda onda. Os casos continuam a acontecer, como na China, porém casos importados e não tanto no local. Ainda está tendo uma mudança do comportamento das pessoas. Todas as coisas que estão reabrindo e as atividades sociais que estão sendo retomadas de uma maneira bem diferente. O futebol na Alemanha de uma maneira completamente diferente, os pontos turísticos na Europa da mesma forma. Essa abertura com maior segurança nos dá uma certeza maior que as coisas possam voltar ao normal sem que aja uma segunda onda com intensidade tão grande como foi no passado”, finalizou.

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