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Coronavírus e os bairros mais carentes

Preocupação vai além do combate ao vírus. Está na comida que vai à mesa 
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 31/03/2020 - 07:04
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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O coronavírus (Covid-19) afetou o mundo, chegou a Brasil, à Criciúma sem distinção. A quarentena imposta pelo governador Carlos Moisés da Silva, que visa diminuir a velocidade da propagação do vírus, obriga as pessoas a ficarem em casa. Para os bairros mais carentes esta situação é ainda pior.

Muitos são autônomos que significa que: sem trabalho, sem renda e consequentemente, sem comida na mesa. Esta situação preocupa em vários bairros de Criciúma, entre eles, o Renascer, onde o presidente da Associação de Moradores, Maicon Leriano da Rocha, diz que 80% da comunidade trabalha sem carteira assinada. “É uma situação triste. Algumas famílias cadastradas no Programa Bolsa Família conseguiram receber a cesta básica, mas outras não. Hoje mesmo (segunda-feira), vi a prefeitura entregando cestas para mais algumas famílias, mas ainda têm aquelas que não conseguem. Também não ganharam álcool gel”, comenta. 

Para piorar, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), está fechado. “Nos passaram um outro telefone, mas o pessoal não consegue contato. Eu entendo a situação porque as famílias têm de cinco a seis pessoas. O pessoal fica inseguro porque tem que ficar dentro de casa, não pode trabalhar para ganhar o sustento. Eu ainda tenho carteira assinada, vou ter o meu salário, mas e quem não tem?”, questiona.

O presidente da União das Associações de Bairros de Criciúma (UABC), Edson do Nascimento, o Paiol, diz que repassa as informações a todos os presidentes de bairros, que por sua vez informam as comunidades por grupos de Whatsapp ou outros meios. “O que chega para a gente é principalmente com relação à alimentação, pois a maioria é autônomo como garçons, motoboys, entre outros, e estão sem trabalhar agora. Os boletos, as contas chegam, não querem saber se você está trabalhando ou não” enfatiza.

Morador do bairro Paraíso, Gian José Moreira, comenta que na comunidade a maioria das pessoas está se cuidando, ficando em casa. “Só estão abertas mesmo a padaria e a unidade de saúde. O comércio está todo fechado. Por enquanto está complicado, comerciantes com estabelecimentos fechados. A tendência é que possa piorar”, lamenta Moreira, acrescentando que as informações com relação à Covid-19 têm chegado aos moradores. “Hoje a maioria tem o Whatsapp que facilita”, pontua.

Preocupação do Poder Público

O secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, salienta que há a preocupação com os bairros mais carentes. “Muitas pessoas dos bairros estão preocupadas e não estão saindo de casa. A grande preocupação das autoridades em saúde pública é este momento que se chegar às periferias, o vírus estar nessas periferias. O aumento de casos que pode causar. Há uma preocupação. Existem pessoas idosas morando com os filhos e netos na mesma casa e não tem como separar. Nos preocupa essas grandes massas. No Rio de Janeiro já têm lugares mais pobres com casos em famílias. Estamos alertas. A única forma que tem neste momento é o isolamento para ver se a gente consegue diminuir o número de casos na nossa cidade”, ressalta.

Tags: coronvírus

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