Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Celesc confirma macrorregional Sul em Tubarão

Mesmo com a decisão já anunciada, comitiva da região mantém viagem para Florianópolis hoje
Por Francieli Oliveira Florianópolis, SC, 19/02/2019 - 06:35
Divulgação
Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Está confirmado. A macrorregional do Sul de Santa Catarina terá sede em Tubarão, e Criciúma será a unidade responsável pelas regiões Carbonífera e de Araranguá. A definição foi oficializada, na manhã de ontem, em reunião da diretoria, que externou o novo modelo organizacional da empresa. A partir de maio, serão oito núcleos e oito unidades.

De acordo com a Celesc, a nova configuração surge para compatibilizar o porte das unidades administrativas com a respectiva estrutura de sistema elétrico e a dimensão do mercado consumidor.

A Celesc ainda justifica a reestruturação pelo tempo da última mudança, que foi em 2009. O material distribuído ainda coloca que o porte e a complexidade do sistema elétrico, em vários casos, não estão mais compatíveis com a atual composição. Também diz que há uma assimetria entre as agências, em virtude da expansão do sistema elétrico e das unidades consumidoras atendidas, que não ocorreu de forma uniforme em todas as regiões.

Em 2019, eram 72 mil quilômetros de rede de média tensão, 142 mil transformadores e 2,11 milhões de unidades consumidoras em todo o estado. Na última atualização dos dados, em 2018, eram 81 mil quilômetros de rede de média tensão, 177 mil transformadores e 3,03 milhões de unidades consumidoras em Santa Catarina. “Sendo assim, faz-se urgente um modelo de gestão que agregue resultados rapidamente e melhore a eficiência para racionalizar os processos da empresa e manter a concessão”, pontuou o presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins.

A justificativa apresentada pela Celesc

A Celesc aponta as justificativas para a nova forma de estrutura, que cria as macrorregionais. “Ao agrupar em oito núcleos e oito unidades, a ideia é fortalecer a presença da empresa por meio de polos regionais, tornar os processos internos mais ágeis e dinâmicos, sem gerar custos adicionais, além de uniformizar procedimentos e incrementar melhores práticas operacionais”.

Unidade de Criciúma x Núcleo de Tubarão

Para a Celesc, “os critérios para o enquadramento nas estruturas seguem a quantidade de unidades consumidoras, o sistema elétrico e a localização geoelétrica. A racionalização da estrutura das agências também vem auxiliar no trabalho para atingir as metas regulatórias com ganho operacional, foco nos indicadores técnicos, comerciais e equilíbrio econômico-financeiro”.

Porém, se for analisar o mesmo critério utilizado pela Celesc para fazer a divisão, a unidade de Criciúma, que engloba também os municípios do Vale do Araranguá, possui 162 mil unidades consumidoras e o núcleo de Tubarão fica com 143 mil unidades, 19 mil a menos.

Se for levar pelo lado de localização, Criciúma está localizada entre Tubarão e Araranguá, as três maiores cidades do Sul de Santa Catarina, e cada uma com sua importância para as suas microrregiões.

Ainda é de conhecimento de todos que a regional de Criciúma tem faturamento maior, de R$ 700 milhões, enquanto em Tubarão é de R$ 400 milhões.

Divisão da Celesc no sul

O núcleo de Tubarão terá o poder de decisão não somente sobre os municípios da sua região como a unidade de Criciúma será subordinada a ele. Ainda no núcleo de Tubarão terá o escritório de Laguna, que no organograma apresentado pela Celesc aparece no mesmo patamar da unidade em Criciúma.

Ainda terá agência de nível 2 em Jaguaruna e Imbituba e de nível 3 em Imaruí, Orleans e Garopaba.

Já dentro da unidade de Criciúma haverá escritórios em Araranguá e Sombrio e agências de nível 3 em Nova Veneza, Maracajá, Santa Rosa do Sul, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota e Lauro Müller.

Única cidade polo sem a macro

Atualmente são 16 regionais: Blumenau, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages, Mafra, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Miguel do Oeste, Tubarão e Videira.

Na nova estrutura anunciada para maio, Florianópolis será sede do núcleo Capital, que não contará com outras unidades. Blumenau terá o núcleo do Alto Vale com unidades em Rio do Sul. O núcleo Norte fica com Joinville e suas unidades serão em Mafra, São Bento do Sul e Jaraguá do Sul. O núcleo Planalto ficará com Lages, também sem unidades. Joaçaba fica com a sede do núcleo Meio Oeste e unidade fica em Videira. O núcleo Sul irá para Tubarão e Criciúma fica com a unidade. Também sem unidades, o núcleo Leste ficará em Itajaí. Por fim, o núcleo Oeste fica em Chapecó com unidades em Concórdia e São Miguel do Oeste. Desta forma, é fácil observar que, das cidades consideradas polos em cada uma das regiões, apenas Criciúma não foi escolhida como núcleo.

“A nova estrutura está adequada ao nosso compromisso da gestão, com foco na eficiência, no respeito aos cidadãos e na gestão técnica. Sendo assim, os gerentes seguem o perfil técnico e as decisões serão tomadas de forma isonômica, priorizando a necessidade do sistema elétrico, da sociedade e as exigências da Aneel. Juntos, trabalhando para uma Celesc pública, com a importante missão de prestar serviço aos catarinenses”, reforça o presidente Poleto.

Reunião em Florianópolis está mantida

Hoje, às 8h, uma comitiva formada por lideranças políticas e empresariais das regiões de Criciúma e Araranguá estará reunida com a diretoria da Celesc. Esse encontro deveria ter ocorrido ontem, mas foi remarcado para hoje com a promessa de que nenhuma decisão seria tomada antes de maiores explicações.

O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), é quem vem liderando as manifestações contrárias à subordinação a Tubarão. “Vamos para o encontro levar toda a nossa indignação, a nossa posição e explicar porque Criciúma é quem tem que ficar com a macrorregional”, pondera o prefeito. Ele ainda acredita que poderá haver uma reviravolta na decisão. “Se a Celesc tiver respeito com a nossa região, eles vão rever esse assunto”, salienta Salvaro.

Os vereadores de Criciúma, que também participam do encontro em Florianópolis, aprovaram moção de repúdio contra a decisão da Celesc. As críticas, na sessão de ontem, foram bem fortes. As associações empresariais do Extremo Sul – que inclui as regiões de Criciúma e Araranguá – protocolam documento à presidência da Celesc, solicitando a permanência da macro em Criciúma.

A solicitação das entidades empresariais está pautada nos dados representativos alcançados pela regional de Criciúma, que concentra o maior consumo de energia da região, que compreende a Associação dos Municípios da Região Carbonífera e do Extremo Sul Catarinense, obtendo os melhores índices de desempenho nos últimos anos, com uma arrecadação em torno de R$ 700 milhões/ano.

O documento destaca que “a decisão da Celesc de instalar a agência macrorregional em Tubarão, e não em Criciúma, deve ser tomada levando em consideração critérios técnicos, faturamento, área de abrangência, população, número de consumidores entre outros, uma vez que esta mudança ocasionará dificuldade de atendimento, gerando prejuízos econômicos e sociais para os consumidores”.

“Queremos que a Celesc reconheça a importância da nossa região, da nossa economia pujante e que Criciúma é uma das principais regionais em faturamento para a empresa”, reforça o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (ACIC), Moacir Dagostin.

A mudança da atual estrutura das agências regionais da Celesc foi pauta da reunião da diretoria da ACIC na noite de segunda-feira.

Copyright © 2022.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito