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Caminhoneiros catarinenses relatam dificuldades para voltar da Argentina

Províncias do país vizinho proibiram a circulação de veículos estrangeiros; Argentina está com toque de recolher desde a última sexta-feira
Por Heitor Araujo 23/03/2020 - 11:36 Atualizado em 23/03/2020 - 11:39
Foto: Arquivo / Divulgação
Foto: Arquivo / Divulgação

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Caminhoneiros do Oeste catarinense, acostumados a cumprir rotas comerciais na Argentina, relatam dificuldades para deixar o país vizinho. Desde o dia 15, as fronteiras estão fechadas para a entrada de estrangeiros não residentes na Argentina, em decorrência da pandemia do coronavírus. Na última sexta-feira, o presidente Alberto Fernández proibiu que as pessoas saiam às ruas, exceto em situações essenciais, como a compra de alimentos ou medicamentos.

À rádio Fronteira, de Dionísio Cerqueira, dois caminhoneiros catarinenses descreveram momentos complicados em solo estrangeiro. Ivo Kowalski saiu do Oeste catarinense na última terça-feira para entregar um carregamento em Mar del Plata, capital da província de Buenos Aires. Ao chegar lá, recebeu novo frete partindo de Villa Regina, na província de Rio Negro, na Patagônia.

Começou, aí, o drama. "Fui barrado na quinta-feira à noite (na entrada da província), não me deixaram passar, fizeram eu voltar. Fizeram uma ata com todas as informações, de onde eu vinha e para onde eu iria. Até então tava proibida a entrada de veículos estrangeiros na província", contou Ivo.

A alegação das autoridades provinciais é de que os estrangeiros deveriam retornar ao país de origem. "Fui barrado também na província de La Pampa e nos deram o prazo de uma hora para retornar, porque se não iriam nos apreender ou colocar em quarentena".  disse o caminhoneiro.

Na viagem de retorno, houve problemas para comprar itens básicos e para ingressar nas áreas de descanso dos postos de gasolina. "Nos postos de combustíveis não deixam entrar nos pátios, nem banheiro e comprar água. Mercado alguma coisa funciona, a gente não pode entrar no mercado e tem que aguardar do lado de fora. A gente pede o que precisa e eles trazem na rua", relatou Ivo.

Jeferson Knevel, morador de Piratuba e que faz frete na Argentina há seis anos, afirmou que um retorno de 600 quilômetros precisou ser feito na volta ao Brasil, pois não podia ingressar em determinadas províncias. "Tentei vir embora por uma rota designada pela aduana, não permitiram, apenas veículos argentinos podiam passar. Tive que fazer um retorno de 600 quilômetros rumo ao Brasil. Não temos nenhum local para pedir auxílio", reclama o caminhoneiro. 

"Estava na aduana e quis entrar para comprar um mercado e não me foi permitido. Estou indo embora com ajuda de amigos, consegui comprar pão, queijo e presunto que uma pessoa comprou pra mim. Alguns estabelecimentos dizem que o que restou de comida é para o pessoal deles", denunciou.

Tags: coronavírus

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