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Caminhantes do Sol desbravam Nova Veneza

Uma caminhada de doze quilômetros foi um espetáculo de história e meio ambiente
Por Redação Nova Veneza, SC, 15/04/2019 - 07:57
Divulgação
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Seis horas de caminhadas por ruas, estradas e trilhas de Nova Veneza. Mas não foi simplesmente isso o que a nona edição do evento Caminhantes do Sol ofereceu no último sábado. Foram 130 praticantes de ecoturismo compartilhando de memórias, experiências e aquela dose de aventura típica de caminhos que podem ir do plano e seguro ao acidentado e desafiador, em uma extensão de doze quilômetros. 

“Há quatro anos estávamos tentando trazer para Nova Veneza esse verdadeiro evento”, destacou a presidente da Associação Neoveneziana de Turismo (ANET), Franciele Zuchinali Ghelere. Com participantes dos três estados do sul, a caminhada carregou o título de “Casas de Pedra”, remetendo a um dos muitos pontos que os caminhantes visitaram no longo percurso. A ANET foi promotora desta edição com parceria do Instituto Alouatta e a operadora de turismo Roteiros do Sul. Outras edições do evento já ocorreram em Urubici, Morro Grande, Lauro Müller e outros municípios da região serrana. 

“É um evento de história mas também de cunho turístico, por isso pensamos que Nova Veneza seria um bom lugar para receber. E deu muito certo”, assinalou Franciele. A ocasião foi pautada também por uma homenagem aos imigrantes italianos do Sul de Santa Catarina, já que o percurso reeditou todas as dificuldades para quem no passado desbravou esses caminhos.

O difícil caminho

Iniciada a caminhada. Vencido os primeiros trechos para reconhecimento, vieram os apertos maiores. Em alguns trechos, os participantes tiveram que caminhar em fila indiana para desviar do chão encharcado, não enfrentar diretamente a vegetação e ter espaço para buscar apoio nos troncos das árvores. Até um tambor passava de mão em mão para que fosse tocado. “Uma alusão aos pioneiros dessas terras, os índios Xoklengs, que foram os primeiros habitantes dessas terras”, comentou o presidente do Instituto Alouatta, Paulo Cadallora. “Nosso objetivo é trazer mais gente para conhecer as belezas naturais, a história, a gastronomia e cultura do lugar onde vivemos”, emendou Cadallora.

O caminho da estrada centenária os levou até às casas construídas com barro e pedra de basalto no final do século XIX. O grupo Musical Eco di Venessia e os proprietários Ângelo Bortolotto e Nirlan Bortolotto fizeram a recepção. Ao lado deles estava o sobrinho e primo, Sérgio Sachet Júnior, com o filho de quatro meses no colo. Ele não conteve as lágrimas ao recordar os tempos que visitava os avós e ouvia as histórias da época da colonização. Frisou a necessidade de divulgar e preservar o patrimônio histórico local visando fortalecer a cultura. Comentou sobre a vida dura que seus antepassados tiveram e que não se pode julgar as ações deles naquela época porque não se conhece detalhes da realidade que viveram. “É difícil controlar a emoção que estou sentindo. Nasci em Florianópolis, mas passei muitos dias da minha infância neste lugar. Meu filho é a quarta geração de italianos e minha emoção maior é porque a caminhada veio para cá justamente quando ele nasceu. É muito forte minha ligação com esta casa, com a minha família e o amor por esta terra”, comentou Sachet.

A chefe do Grupo de Escoteiros Leão Baio de Treviso, Silvana Pessi De Mach, acompanhou dez dos seus membros. Dentre eles, estava Ana Clara Tournier, 11 anos, que considerou a trilha um pouco perigosa e cansativa porque teve que subir muitos morros antes de entrar no mato. Ela explicou que buscou sentir-se segura apoiando-se na mão de outras mulheres e usando o cajado do amigo. Também afirmou que prefere mais caminhar no barro do que na poeira. “O barro é mais legal porque faz a gente se sujar e a poeira é ruim porque faz a gente tossir, disse a escoteira.

Os caminhantes foram recepcionados pelas personagens do Carnevale di Venezia, no Palazzo Delle Acque, com um café colonial.

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