A empresa CCR já é, oficialmente, a gestora do trecho sul da BR-101, nos 220 quilômetros entre Paulo Lopes e Passo de Torres. O contrato de concessão foi assinado na manhã desta segunda-feira, 6, em ato no Aeroporto Regional Sul, em Jaguaruna, com a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

"O investimento vai proporcionar melhoria da qualidade de serviço prestado ao usuário. O serviço prestado melhora. O usuário terá acesso a serviços que não teria se a gente tivesse com a administração do Estado. Serviço de socorro mecânico, apoio médico, serviço de informação, manutenção constante, as obras que serão realizadas, que economizam tempo de viagem, acabam com restrições, melhoram a segurança", elogiou o ministro. "A redução de custo de transportes, de tempo de viagem, fretes mais baratos e, por fim, geração de empregos. Se a gente pegar que melhora a segurança, melhora a prestação de serviço, gera investimento e emprego, vale a pena seguir por esse caminho. Estamos falando de R$ 7,4 bilhões, é extremamente significativo, uma concessão fundamental, interligando ao Rio Grande do Sul", enumerou, citando vantagens da concessão.

A CCR Sul terá, agora, até 13 meses para implantação das praças de pedágio que ficarão entre Passo de Torres e São João do Sul, Maracajá e Araranguá, Treze de Maio e Tubarão e no limite de Laguna com Imbituba. No leilão, foi sugerido o valor de R$ 1,97 por praça de pedágio, valor que deve ser corrigido, conforme contrato, para R$ 2 ou R$ 2,10.

A pressão contra

O ministro foi questionado, em Jaguaruna, sobre os movimento que exerceram pressão política contra a instalação das praças de pedágio. "Às vezes esse movimento acontece por desconhecimento do modelo. A gente trabalha com tarifa quilométrica. A gente pode ter valor maior de pedágio com menos praças ou menor pedágio e mais praças", salientou Tarcísio.

Originalmente, o edital permitia que o pedágio superasse os R$ 5 nas praças do trecho sul da BR-101, mas o próprio leilão permitiu alcançar o valor atual, próximo dos R$ 2. "No fim das contas eu tenho que ter uma arrecadação que responda aos investimentos que serão feitos e produza um resultado. Quando a gente foi fazer essa licitação, toda a licitação é assim. Há muita gente que reclama, que o sul vai ficar em desvantagem em relação ao norte, tarifa mais alta que no norte. Isso é natural, é inerente, quero investimento e pouca tarifa, todo mundo quer isso. Isso é impossível, é inconciliável. Na época peimos calma, quando se falou em tarifa de R$ 5, a gente tinha confiança no resultado do leilão, pois tinha trecho com concessões ao sul e norte", referiu.

Concorrência ajudou

O fato de haver trechos concedidos nas duas extremidades da rodovia colaborou, conforme o ministro. "Esperávamos competição entre os competidores para aproveitar essa sinergia. Pela condição da rodovia e pelo cenário a gente imaginava que teríamos leilão competitivo e desconto expressivo sobre a tarifa. Foi exatamente o que aconteceu. Quando começamos a ser procurados, pelo movimento contra o leilão, questionando o modelo, pedimos calma, que daria certo, e o resultado foi extremamente interessante. De fato, o comportamento foi mais ou menos o que esperávamos, até superou a nossa expectativa, foi melhor que o que esperávamos. No fim das contas temos uma concessionária de alto nível, em combinação com a concessão que já possui no Rio Grande do Sul", destacou.

Para Tarcísio, o catarinense vai usufruir de uma concessão que fará a diferença na rodovia. "Pode esperar uma concessão de alto nível. Em termos de prestação de serviço, um serviço bem prestado, investimento sendo realizado dentro do cronograma, contrato de concessão sendo cumprido, e quem ganha com isso é a sociedade, pela melhoria na prestação de serviço. É um resultado de fato para ser comemorado", salientou.

Os 220 quilômetros concedidos abrangem os municípios de Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Pescaria Brava, Capivari de Baixo, Tubarão, Treze de Maio, Sangão, Içara, Jaguaruna, Criciúma, Maracajá, Araranguá, Sombrio, Santa Rosa do Sul e São João do Sul.