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Avicultores lutam para pagar dívida milionária

Muitos produtores entraram em depressão por não conseguir quitar empréstimos bancários
Por Bruna Borges Morro Grande, SC, 15/01/2019 - 08:16
Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo
Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna / Arquivo

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O fechamento da unidade da JBS de Morro Grande há pouco mais de um ano deixou muitas famílias desamparadas na cidade e em toda a região. Além dos trabalhadores que perderam o emprego e dos comerciantes que viram as suas vendas diminuírem consideravelmente, os produtores de aves também seguem batalhando para se recuperar do encerramento das atividades do frigorífico.

Juntos, os cerca de 120 avicultores que foram desligados somam uma dívida de aproximadamente R$ 3,8 milhões. São valores que foram tomados em financiamentos bancários e utilizados em melhorias nos aviários. Porém, como a atividade foi descontinuada, os produtores não tiveram como recuperar o investimento e agora acumulam saldos negativos, muitos sem perspectiva de quitação. 

“Muitos estão com financiamento para pagar, mas não conseguem, não tem de onde tirar o dinheiro. O banco vai renegociando a dívida, mas ela só aumenta, porque nessa negociação são acrescentados juros”, comenta Emir Tezza, presidente da Associação de Avicultores do Sul Catarinense. 

Produtores em depressão

Há mais de 20 anos trabalhando com a produção de aves, Valtair da Silva, de Treviso, deixou de ser integrado à JBS em junho de 2018, um semestre após o fechamento da unidade. A esposa dele, Lúcia Cimolin, relata a situação.

“Faltavam apenas dois anos para ele se aposentar e com esse desligamento não se tem mais garantia nenhuma para o produtor. O aviário foi todo reformado, os equipamentos trocados e agora está tudo apodrecendo”, conta Lúcia.

“E a nossa situação ainda não é a pior, porque o nosso já está tudo pago com o banco. Está muito mais complicado para quem tem dívida no banco. É um grande problema social e econômico, muitas famílias perderam a propriedade, sem considerar a quantidade de pessoas em depressão, muita gente tomando remédio”, declara Lúcia. 

Ela comenta que soluções foram buscadas desde o ano que passou, mas até agora nada de concreto aconteceu. “Eu acredito que da parte da JBS eles deveriam pelo menos reintegrar os produtores que ainda têm dívidas”, afirma. 

Busca por investidores

A instalação de um novo frigorífico na cidade é a aposta da Administração Municipal para tentar reverter a situação que se abateu sobre Morro Grande desde que a empresa encerrou o abate de frangos na cidade. O prefeito Valdionir Rocha está em contato com um grupo de investidores interessados em aproveitar a mão-de-obra existente na cidade. 

“Hoje nós temos um pré-projeto de R$ 150 milhões para abater 150 mil aves por dia, podendo chegar a 300 mil aves por dia. Esse esboço do projeto já está com esse grupo de investidores, eles estão analisando para dar o OK”, afirma o prefeito. Rocha comenta que não quer criar expectativas antes do tempo, mas que acredita que o martelo a respeito desse novo frigorífico pode estar batido em poucos meses.

Até lá, a Prefeitura auxilia os moradores com transporte para trabalhar em outras cidades. “O Município desde o ano passado está fornecendo transporte para 40 pessoas que trabalham no frigorífico em Nova Veneza (JBS) e agora estamos cadastrando mais 45 pessoas para dar o transporte para um frigorífico no Bairro Verdinho, em Criciúma. Estamos fazendo o possível para minimizar esse impacto que é enorme”, enfatiza Rocha. 


 

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