O Setembro Amarelo é o mês da campanha nacional de prevenção ao suicídio, mas o debate sobre saúde mental não pode se restringir a apenas 30 dias. Um dos temas mais urgentes e ainda pouco falados é o crescimento da depressão e dos casos de suicídio entre pessoas com mais de 60 anos uma realidade silenciosa e preocupante.
Segundo dados compartilhados durante o programa Mais, nesta quinta-feira (18), em 2024 foram registradas mais de 19 mil tentativas de suicídio apenas em Santa Catarina. Um número alarmante que representa muito mais do que estatísticas, são vidas que pediram socorro. Entre os mais vulneráveis estão os idosos, especialmente os acima de 70 anos, que, embora não protagonizem os maiores índices em quantidade, apresentam maior propensão à letalidade das tentativas.
Participaram do programa o psicólogo, psicanalista e professor da Unisul, Maurício Lopes, e a psicóloga clínica e perita judicial, Pâmela Lhul Braga, que ajudaram a lançar luz sobre a complexidade do tema."Quando falamos de suicídio, precisamos olhar além do ato, existe um processo, uma dor que foi sendo acumulada ao longo do tempo. O suicídio não é uma doença, mas é o desfecho possível de um sofrimento profundo e, muitas vezes, silencioso", explicou o professor Maurício Lopes.
Os sinais
Tanto Pâmela quanto Maurício reforçaram a importância de prestar atenção aos sinais, mesmo que sutis, como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, desânimo recorrente, falas sobre morte ou falta de sentido para viver."Aquela piadinha, o comentário deslocado sobre não querer mais estar aqui, pode ser um pedido de ajuda disfarçado e a gente precisa estar atento ao que está por trás dessas falas", disse Pâmela.
Nos idosos, esses sinais muitas vezes são ignorados ou confundidos com o “natural” do envelhecimento, perda de autonomia, de vínculos sociais, luto por amigos e familiares, aposentadoria, doenças crônicas, entre outros fatores que impactam diretamente na saúde emocional.
Onde buscar ajuda em Criciúma (SC):
-
CVV (Centro de Valorização da Vida): Ligue 188 – atendimento gratuito e sigiloso, 24h.
-
CAPS I e II (Adultos), CAPS AD (Álcool e Drogas) e CAPS IJ (Infância e Juventude): Atendimento público especializado em saúde mental.
-
Nuprevips (Núcleo de Prevenção às Violências): Telefone: (48) 3431-2764 | Instagram: @nuprevips.cri
-
Unidades Básicas de Saúde: Profissionais preparados para acolher e encaminhar casos.
-
Unisul: Projetos de extensão em psicologia com foco em saúde mental comunitária.
Ouça na íntegra o Programa Mais: