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Presença de mosquito da febre amarela acende alerta em SC

Pesquisadores identificam Haemagogus leucocelaenus em cinco municípios

Por Redação Criciúma, 13/12/2025 - 16:37
Sabrina Cardoso, autora principal da tese, realiza testagem de amostras de vírus da febre amarela no Laboratório Rona-Pitaluga da UFSC. Foto: acervo pessoal
Sabrina Cardoso, autora principal da tese, realiza testagem de amostras de vírus da febre amarela no Laboratório Rona-Pitaluga da UFSC. Foto: acervo pessoal

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Bióloga Sabrina Fernandes Cardoso durante coleta de espécimes para a pesquisa, em Braço do Norte. Foto: Divulgação/UFSC

A presença do mosquito Haemagogus leucocelaenus, transmissor do ciclo silvestre da febre amarela, acendeu um alerta em áreas de mata de cinco municípios de Santa Catarina: Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Braço do Norte, São Martinho e Pedras Grandes. As informações fazem parte de uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Considerado o primeiro registro oficial da espécie no estado, o achado reforça a importância de manter a vacinação em dia. Desde 2018, todo o território catarinense é área de recomendação para imunização, disponível gratuitamente pelo SUS. A febre amarela é uma doença viral grave e de evolução rápida, transmitida de duas formas. No ciclo urbano, que não ocorre no Brasil desde 1942,  o mosquito Aedes aegypti é o responsável pela disseminação do vírus, o mesmo vetor da dengue, zika e chikungunya. No ciclo silvestre, ainda presente no país, a transmissão envolve mosquitos típicos de áreas de floresta, como os gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam macacos infectados e, eventualmente, humanos que circulam nesses ambientes.

Entre 2019 e 2021, Santa Catarina registrou 27 casos de febre amarela e oito mortes, todos relacionados ao ciclo silvestre, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Em 2022, houve apenas um caso, importado de outro estado. Com o novo achado da UFSC, especialistas reforçam que a vacinação é a principal forma de prevenção e deve ser buscada por qualquer pessoa a partir dos 9 meses de idade que ainda não tenha recebido a dose.

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Especialistas alertam para risco de retorno do ciclo urbano

Para a bióloga Sabrina Fernandes Cardoso, doutora em Biologia Celular e Desenvolvimento pela UFSC e autora principal do estudo, a confirmação do Haemagogus leucocelaenus em Santa Catarina representa um alerta importante para a saúde pública. Segundo ela, o estado já enfrenta uma situação preocupante com o Aedes aegypti, que apresenta número recorde de focos. “É uma bomba-relógio. Se uma pessoa for picada pelo Haemagogus na mata, contrair febre amarela e voltar doente para o centro urbano, pode ser picada pelo Aedes aegypti. As condições para o retorno do ciclo urbano da doença estão todas aí”, afirma.

A professora Luísa Damasio Rona Pitaluga, do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética da UFSC, destaca que a descoberta tem papel fundamental na construção de políticas públicas de controle e prevenção, por oferecer informações precisas sobre os mosquitos transmissores. Ela reforça que a pesquisa só foi possível graças à parceria entre diferentes instituições, incluindo a Fiocruz, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) e o Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Entomologia Molecular. “O estudo da Sabrina fortalece a integração entre a universidade e os órgãos de saúde, uma colaboração essencial dentro do conceito de saúde única”, afirma.

Novo kit de diagnóstico tem custo estimado de R$ 30, menos de um terço do valor do RT-PCR. Foto: André Pitaluga/UFSC

 

 

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