O uso de aplicativos e plataformas com chats anônimos ou pouca moderação tem levantado preocupações entre especialistas em segurança digital. Ambientes desse tipo permitem que usuários escondam sua identidade real, o que facilita a criação de perfis falsos e a aproximação de crianças e adolescentes por adultos mal-intencionados.
Segundo a policial civil e especialista em segurança pública, Isabel Feijó, esses espaços favorecem situações como aliciamento, compartilhamento de conteúdo impróprio, ameaças, bullying e até a formação de comunidades que incentivam comportamentos de risco, como desafios perigosos.
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Como acontecem as abordagens
De acordo com Isabel, a estratégia mais comum usada por adultos com más intenções é a chamada “engenharia social”. O processo começa com a construção de confiança: amizade, linguagem similar à dos jovens, validação emocional e até ofertas de recompensas em jogos.
Com o tempo, esses contatos passam a testar limites, enviar mensagens ambíguas, pedir sigilo e explorar vulnerabilidades. “É sempre um processo gradual, baseado em conexão emocional e segredo”, explicou.
Acompanhamento sem invasão de privacidade
A especialista destaca três medidas práticas para que pais e responsáveis acompanhem o uso das plataformas de maneira adequada:
- Acordos claros: definir horários, plataformas autorizadas e regras de convivência online.
- Supervisão proporcional à idade: bloquear chats em jogos para crianças menores e, no caso de adolescentes, saber em quais servidores participam e com quem costumam conversar.
- Ambiente de confiança: evitar reações punitivas quando a criança relata algo estranho. “Muitos têm medo de contar porque acham que serão responsabilizados. A culpa nunca é da vítima”, reforçou.
Conversas essenciais antes do acesso
Antes de permitir o uso de apps e chats, Isabel recomenda que pais estabeleçam limites sobre conteúdo, tempo de uso e tipos de aplicativos liberados. Além disso, é importante orientar sobre práticas de segurança, como:
- Não compartilhar fotos, dados pessoais ou localização;
- Não aceitar pedidos de segredo;
- Não migrar conversas de jogos para chats privados sem supervisão;
- Avisar um adulto de confiança sempre que algo gerar desconforto.
Como identificar situações de risco
Para adolescentes, a orientação é observar três sinais principais:
- Pressão por segredo;
- Tentativa de levar a conversa para ambientes privados;
- Qualquer conteúdo de caráter sexual ou sugestivo.
Isabel reforça que o desconforto já é motivo suficiente para procurar ajuda. “O jovem não precisa ter certeza de nada o papel dele é avisar; o adulto é quem investiga”, finalizou.
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