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Assalto ao Banco do Brasil: tudo o que se sabe até o momento

Já são 11 suspeitos presos, duas residências abordadas e inúmeros objetos de ligação aos criminosos
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 04/12/2020 - 12:15 Atualizado em 04/12/2020 - 12:19
Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial
Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

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O dia primeiro de dezembro de 2020 ficará marcado na história como a data do maior assalto a banco já registrado em Santa Catarina. O fato, ocorrido na madrugada da última terça-feira em Criciúma, ganhou repercussão nacional e, até mesmo, internacional, em veículos como BBC e The New York Times. Cerca de três dias após o crime, 11 pessoas suspeitas de estarem envolvidas com a ação já foram presas, e autoridades policiais e forças de inteligência seguem mobilizadas em investigações.

O assalto

A ação dos criminosos começou nos últimos minutos do dia 30 de novembro, quando por volta das 23h40, incendiaram um caminhão em frente ao Batalhão da Polícia Militar, na via Rápida, e efetuaram diversos disparos contra o prédio. Após isso, trocaram tiros com duas guarnições militares, ferindo um policial, e seguiram em direção ao centro da cidade.

Confira também - Ataque ao Banco do Brasil: a cronologia dos fatos 

Das 00h até às 2h, os criminosos trancaram ruas centrais, fizeram trabalhadores da Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT) de reféns, efetuaram diversos disparos para cima com o intuito de afastar e espantar os moradores da região, e assaltaram a agência central e Tesouraria regional do Banco do Brasil. Em seguida, foram em direção a Nova Veneza, deixando um rastro de destruição e, até mesmo, milhares de reais espalhados pelas ruas da região central.

O que se sabe das prisões

As primeiras informações apuradas sobre o assalto indicavam para o deslocamento de cerca de 30 criminosos, em dez carros pretos, para o interior de Nova Veneza. Na comunidade de Picadão, no município noveneziano, ainda no período da manhã de terça-feira, foram encontrados os dez veículos utilizados pelos bandidos, abandonados em um milharal e com vestígios biológicos em seu interior.

Veículos encontrados em Nova Veneza

A Polícia Militar, Polícia Civil, Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e outras autoridades policiais catarinenses seguem com as investigações. A própria força policial do Rio Grande do Sul, como a Brigada e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também estão auxiliando no processo.

Na manhã da última quarta-feira, 2, dois fatos importantes proporcionaram avanço às investigações. Em Içara, no bairro Presidente Vargas, foi encontrado um galpão com marcas de pintura veicular e latas de tinta spray de cor preta, possivelmente utilizada na pintura dos veículos utilizados pelos criminosos e abandonados em Nova Veneza.

Marcas de pintura veícular encontradas no interior de um galpão em Içara

Na zona sul de São Paulo, no mesmo dia, uma mulher foi presa por crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, estando possivelmente envolvida com o crime praticado em Criciúma. Em sua residência, foram encontradas munições, drogas, celulares e detonadores de explosivos.

Mulher detida em São Paulo 

Na quarta-feira, mais duas prisões de suspeitos. No período da tarde, na BR-116 em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, dois homens foram detidos em um Hyundai HB20 com placas de São Paulo. Os homens, de 30 e 44 anos, eram paulistas e estavam com uma quantia de R$ 8,1 mil, além de celulares - os quais foram apreendidos pelas autoridades. 

No final da noite de quarta e início da madrugada de quinta, outros três suspeitos, todos paulistas, foram presos em Passo de Torres, divisa do estado catarinense com o Rio Grande do Sul. Com eles, estava uma maleta com a quantia de R$ 49 mil, dinheiro do qual, segundo um dos detidos, seria usado para a compra de um terreno.

Em um primeiro momento, homens detidos em Passo de Torres foram levados a Araranguá

Já no amanhecer de quinta-feira, por volta das 5h50, o BOPE da Brigada Militar gaúcha abordou uma residência em Morrinhos do Sul, próximo a Três Cachoeiras, após ter recebido informações da inteligência catarinense de que a casa teria sido usada pelos criminosos. 

Na residência, foram encontradas diversas roupas (algumas delas camufladas e sujas de sangue), rádios, detonadores de explosivos, latas de tinta spray de cor preta, uma van e vestígios de comida. Tudo indica que a residência teria sido usada pelos criminosos na transição da fuga. Um homem, com RG’s de Paraná e São Paulo, foi preso no local, afirmando que teria recebido cerca de R$ 5 mil para queimar todos os objetos que foram deixados para trás.

Algumas das roupas encontradas em Morrinhos, no Rio Grande do Sul

Ainda na manhã de quinta-feira, mais dois suspeitos foram presos em um chalé em Gramado, na Serra Gaúcha. O local teria sido alugado por meio de um aplicativo, e a informação de movimentação suspeita chegou por parte das autoridades catarinenses. O homem preso na residência foi Márcio Geraldo Alves Ferreira, mais conhecido como Buda, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. Além dele, um outro indivíduo que fugiu em direção a mata, também acabou sendo preso.

Abordagem no chalé em Gramado, onde dois homens foram presos 

No final da noite de quinta-feira, em Campinas (São Paulo), um casal também suspeito de estarem envolvidos no assalto ao Banco do Brasil em Criciúma foram presos. A mulher, de 36 anos, negou ter qualquer envolvimento, mas mensagens encontradas pelas autoridades em seu celular indicaram relação com o crime cometido em Criciúma. O seu marido, de 40 anos, foi detido em um prédio comercial. O irmão da mulher detida ainda está sendo procurado.

Com exceção dos presos em São Paulo e dos três detidos em Passo de Torres, os demais foram encaminhados para as autoridades públicas de São Paulo - incluindo o membro do PCC.

Mais de R$ 1 milhão recuperado 

Desde a realização do assalto até a manhã desta sexta-feira, mais de R$ 1 milhão já foram recuperados pelas autoridades. Ainda nas primeiras horas de quarta-feira, quatro homens foram detidos com duas bolsas que totalizavam R$ 810 mil. Os indivíduos nada tinham a ver com os criminosos, e pegaram o dinheiro que havia sido deixado para trás na explosão do Banco do Brasil.

No mesmo dia, os policiais recolheram cerca de R$ 300 mil espalhados pela rua. Os valores, somados aos R$ 49 mil apreendidos em Passo de Torres, e os R$ 8,1 mil em São Leopoldo, totalizam cerca de R$ 1,1 milhão recuperados. Apesar disso, ainda não se sabe o valor exato que foi levado pelos criminosos. A estimativa é de que seja de mais de R$ 40 milhões.
 

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