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As estruturas dos prédios de Criciúma

Nenhuma construção apresenta risco de desabamento na cidade; última interdição foi do prédio da Esucri no ano passado
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 21/10/2019 - 15:24

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Criciúma é uma cidade bastante vertical. Nas ruas do centro e dos bairros próximos, os edifícios mais antigos formam a paisagem em contraste com os mais novos, enquanto as casas aparecem em segundo plano. Normas técnicas são exigidas às novas construções e as antigas passam por readequações para cumprir as determinações públicas de segurança. No município, a Defesa Civil atende de 10 a 12 prédios por mês, com vistorias que podem ou não solicitar reformas estruturais nas construções.

Atualmente, em Criciúma, não há nenhum caso de prédio que apresente situação de colapso estrutural. Das vistorias da Defesa Civil, cerca de 90% exigem reparos simples nas construções, que geralmente apresentam alguma rachadura, infiltração ou algum problema de menor risco. 

A antiga coordenadora da Defesa Civil, Ângela Mello, relembra o trabalho que teve nos 15 anos em que coordenou o órgão. "O Ministério Público recebia denúncias de edifícios com problemas estruturais ou até mesmo com problema no sistema de incêndio. Nós visitávamos e constatávamos esses problemas: colunas e vigas expostas, em virtude de falta de manutenção. Questão de extintores, blocos autônomos e hidrantes sem estar no lugar adequado, exigidos pelos órgãos de segurança", recorda.

De acordo com Ângela, depois do caso de desabamento de uma casa no bairro Maria Céu, ocasionado por problemas na construção e que matou três pessoas da mesma família, a fiscalização tem sido mais exigente, por isso alguns proprietários e síndicos acabam sendo mais requisitados para realizar os reparos necessários às construções. "A gente observava muito a falta de manutenção dos edifícios, o pessoal batia muito veículo nas colunas, tirando lascas das estruturas de concreto. Problemas mais recorrentes: colunas e estruturas de ferros expostas e sistema preventivo de incêndio", aponta.

Prédios mais antigos

Na avaliação de Ângela, os prédios de 30 a 40 anos são os que mais necessitam de reparos. Na avenida Centenário, região central da cidade, um que esteve a ponto de ser interditado, mas que com a ação dos órgãos públicos em conjunto com o administrador do prédio passou pelas reformas necessárias, foi o edifício Madri, em 2011. "Eles começaram a mexer, fazer as reestruturações para não haver maiores problemas. Ali era muito mais problemas em questão de prevenção de incêndio", afirma Ângela. 

Madri esteve perto de ser interditado em 2011

Dioni Borba, há três anos o coordenador da Defesa Civil de Criciúma, relembra de outro prédio antigo com problemas de segurança. Na rua Gonçalves Lêdo, um dos prédios da Esucri teve que ser interditado no ano passado, depois do rompimento de um pilar.  "O local foi interditado, foi feito um trabalho de perícia, apresentado um projeto de recuperação e executado, depois o acesso foi liberado", explicou.

Prédio da Esucri foi liberado em novembro (Foto: Carlos Rauen / NSC / Colaboração)

Sempre alerta

As visitas técnicas da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros são a forma de preservar a segurança dos moradores, a fim de evitar tragédias como a que aconteceu em Fortaleza na semana passada, quando um prédio desabou e deixou nove mortos. 

"A gente faz as visitas técnicas. Quando é algo que apresenta risco, a gente apresenta ao síndico, para verificar se há necessidade de embargo, de retirar as pessoas ou não. Tem que ter esses laudos periciais. Aqui no município é mais questão de casas e prédios em situação de abandono e que podem passar por desapropriação, mesmo. Risco de colapso estrutural não temos nenhum", afirma Dioni.

Ângela reforça a necessidade de atenção dos moradores, que podem sempre acionar a Defesa Civil ou o Ministério Público quando notarem as estruturas avariadas. “É importante que os moradores estejam sempre atentos ao que está acontecendo nos edifícios. O que aconteceu lá em Fortaleza foi uma tragédia, mas que poderia ter sido evitada. Se há fiscalização e denúncias, esses problemas podem ser reparados”, 

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