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“Aqui, a população está ficando em casa”, diz içarense nos EUA

País, que registra mais de mil mortes, é citado como novo epicentro da Covid-19 
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 26/03/2020 - 15:19 Atualizado em 26/03/2020 - 15:35
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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Os Estados Unidos chegaram nessa quarta-feira, 26, a 1.031 mortes causadas pelo novo coronavírus, de acordo com a Universidade norte-americana Johns Hopkins. São quase 70 mil casos, que o coloca em terceiro lugar, atrás de Itália e China. O país, inclusive, é citado como o futuro novo epicentro da Covid-19.

Há três anos morando em Maryland, na região metropolitana de Washington, o içarense, João Henrique Brandão, fala que o clima é de atenção e, assim como no Brasil, escolas estão fechadas. “No estado de Virginia, que fica a poucos quilômetros de onde vivo, só terão aulas novamente no ano que vem. A maioria dos comércios estão fechados. Grande parte dos mercados estão racionando produtos como água, ovo, e em alguns lugares até mesmo carne. Além do racionamento de produtos por pessoas, também é racionado o número de pessoas que entram nos mercados e em algumas lojas”, explica Brandão, acrescentando que lá não se tem uma quarentena obrigatória, mas a população está colaborando para tentar evitar o contágio. “Dentre as colaborações está manter uma distância mínima de seis pés, mais ou menos 1,5 metro, evitando aglomerações, sendo que aqui só é permitido no máximo 10 pessoas por ambiente, e as medidas de higienização das mãos”, cita.

Temores

O maior temor de Brandão é pela família, já que com ele estão a esposa, Sálin Eggres Brandão, que está grávida, e a filha, Lívia. “Por mais que sabemos que supostamente não fazemos parte do grupo de risco, caso algum de nós for atingido pelo vírus, a primeira coisa que será feita será o isolamento. Eu tenho uma filha de seis anos, e não consigo imaginar o que ela passaria durante um isolamento como esse. Além de minha filha, minha esposa está grávida de seis meses, e os sintomas como febre alta e dificuldade em respirar podem ser perigosos neste momento para ela e nosso filho. Além disso, apenas de não estar no grupo de risco pela idade, grávidas costumam ter a imunidade mais baixa”, relata.

A rotina também já teve mudanças e, entre os exemplos, João cita que a filha já não está tendo aulas e esposa que possui uma empresa, mas por causa da pandemia, muitos clientes cancelaram os serviços temporariamente. “Eu trabalho com construção civil e no estado onde vivo este é considerado um serviço essencial. Mesmo assim precisamos cumprir algumas normas, como por exemplo o limite de dez trabalhadores por obra, o que está me fazendo perder alguns dias de trabalho”, aponta.

Nova York é um dos estados americanos mais atingidos, com 280 mortes. De acordo com números encaminhados, no início do mês, ao Congresso norte-americano, entre 70 milhões e 150 milhões de pessoas poderão ser infectadas nos Estados Unidos, que tem aproximadamente 327 milhões de habitantes. 

Medidas sérias nos estados

Nessa quarta-feira, 25, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que não deve se precipitar para pôr fim às medidas de isolamento por conta do coronavírus no país. Ele comentou também que o governo dos EUA deve repensar sua estratégia após o fim dos 15 dias de isolamento. “Procuramos nos manter informados, principalmente durante essa pandemia. No início, Trump não estava levando muito a sério essa situação, mas como aqui nos EUA os estados têm autonomia, muitos governadores adotaram medidas sérias, como cancelamento das aulas, fechando comércios não essenciais e solicitando à população a quarentena voluntária. Essas medidas, junto com pronunciamentos quase que diários dos governadores, acaba trazendo mais tranquilidade. Pois você tem a sensação de que existem pessoas que estão levando a sério essa situação, e que trazem orientações e diretrizes para adotarmos caso seja necessário. O medo e a apreensão existem, mas sabemos que, pelo menos, em nosso estado as medidas de segurança estão sendo tomadas”, completa Brandão.

Alerta aos familiares

Há algum tempo, antes mesmo do primeiro decreto de quarentena, assinado pelo governador Carlos Moisés da Silva, João já alertava os familiares que residem no Sul do estado sobre os riscos do coronavírus. “O que me deixa muito preocupado é o rumo político que essa crise tem tomado aí no Brasil. Vejo prefeitos e governadores tomando medidas corretas, semelhantes a que vejo aqui, enquanto outras autoridades vão na contramão até mesmo do que diz a OMS e as principais autoridades de saúde do mundo. Vejo que isso causa confusão e deixa a população sem saber o que fazer. Além disso, muitas pessoas usando as redes sociais para publicar notícias falsas, até mesmo sobre os EUA, na tentativa de minimizar a pandemia, e pregando uma normalidade que está interrompida em todo o mundo. O que posso dizer é que a única maneira de voltar à normalidade é combatendo o contágio. Aqui nos EUA, a população tem enfrentado essa situação ficando em casa. Ao contrário do que se pensa, isso não é fácil. Aqui também nos preocupamos com a economia. Ainda precisamos pagar nossas contas, hipotecas e aluguéis. Mas nossa única arma contra essa situação é o isolamento social. Não pensem que isso é acovardar-se, pelo contrário, isso é seguir a recomendação das principais autoridades de saúde do mundo”, finaliza.

Tags: coronavírus

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