Com o encerramento das produções na cerâmica Dexco, cerca de 150 pessoas perderam o emprego. O Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas reuniu, na tarde desta quinta-feira (3), os trabalhadores desligados para expor oportunidades de trabalho no mercado regional. Além disso, advogados estiveram presentes para deixá-los cientes sobre seus direitos trabalhistas em caso de demissão sem justa causa.

“Estamos fazendo esse trabalho de orientação dos direitos trabalhistas, sobre como será feita a homologação, a rescisão do contrato de trabalho… o sindicato estará a disposição dos trabalhadores para apoiá-los”, frisou o presidente do Sindicato, Itaci de Sá. “A informação é de 98 funcionários demitidos na Eldorado até agora e 48 na Portinari. Basicamente, os 150 que nós prevíamos, mas acredito que vai a cerca de 180”, completou.

Empresas de diversos segmentos demonstraram apoio

O sindicato elaborou uma relação de empresas que estão oferecendo vagas nos mais diversos segmentos de produção com salários semelhantes ao que eles recebiam. Representantes estiveram presentes e demonstraram apoio. Entre eles, o gerente regional Sul do Sebrae, Murilo Gelosa, compartilhou possibilidades de recolocação profissional.

“Nós estamos prestando apoio através de informação acerca de abertura de empresas, cursos na área de gestão, como finanças, para que eles tenham a possibilidade de formar preços de venda, abrir um negócio, organizar suas contas, fazer um pequeno plano de negócios…”, explicou o gerente.

Funcionários se surpreenderam com os desligamentos

Cerca de 30 pessoas estiveram presentes na reunião. André Torette Marques, de 38 anos, foi funcionário da Eldorado por 15 anos e 4 meses. Ele participou da ação buscando uma nova oportunidade de emprego. Após mais de uma década na empresa, foi difícil deixar o local. Apesar de a informação já ter vindo previamente, o desligamento foi um choque.

“A princípio, a gente não acreditava, porque faz décadas que a Eldorado funciona, mas as coisas foram se encaminhando para isso”, contou. “Eu fiquei extremamente triste, gostava muito de trabalhar ali, encarava como uma segunda família, passava bastante tempo ali e tinha muitos amigos ali dentro”, relatou André.

O ex-funcionário da Eldorado comentou, ainda, sobre más condições de trabalho. Segundo ele, a empresa invalidou conquistas do sindicato e não aderia às leis sobre insalubridade. “Nós trabalhamos com produtos químicos, pó, produtos cancerígenos e a empresa precisa pagar insalubridade, mas nós continuamos trabalhando e, infelizmente, veio o fechamento. Para mim foi um choque”, concluiu.