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Angústia do Sul é levada ao secretário de Estado da Saúde

Com crescimento dos casos, lideranças de Amrec, Amesc e Amurel cobraram mais empenho no combate à Covid-19
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 15/07/2020 - 17:52 Atualizado em 15/07/2020 - 18:11
Foto: Reprodução
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Uma reunião ampliada entre Amrec, Amesc e Amurel cobrou do secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, ações urgentes no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O encontro foi realizado devido ao crescimento da ocupação dos leitos de Unidade Terapia Intensiva nas três regiões.

Além de prefeitos e do secretário, participaram secretários de saúde, diretores de hospitais, deputados estaduais do Sul e a deputada federal Geovania de Sá (PSDB). O encontro foi desdobramento de reunião da última segunda-feira entre prefeitos da Amurel, onde ainda ficou decidido o endurecimento das restrições.

O presidente da Fecam, prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini, se solidarizou com o Sul e fez duras crítica ao Governo do Estado. “Hoje o Sul é uma das regiões mais sofridas do estado. Temos debatendo hoje (quarta-feira) o dia todo. Enquanto o Estado joga contra os municípios dizendo que tem município devolvendo respirador. O Estado confunde hospital filantrópico com hospital municipal. Nós perguntamos quais são estes municípios? A resposta do Estado é que quatro hospitais devolveram respiradores, entre eles o de Tubarão. Destes, só um é municipal, o de Balneário Camboriú. Os prefeitos não têm gerência nenhuma sobre estes hospitais. Que o governo tenha conhecimento do que fala, do que diz, neste sentido peço aos deputados que atuem, e eu sei que estão atuando. Os porta-vozes dos municípios são os deputados e o Sul é muito bem contemplado em deputados, não em quantidade, mas com qualidade, com um conhecimento muito grande. A dor de vocês é a minha dor. Vejo o sofrimento de todos do Sul e de toda Santa Catarina”, salientou.

O presidente da Amurel, prefeito de Treze de Maio, Clésio De Biasi, o Keke (PP), endossou as palavras de Severgnin e falou em sentimento de esquecimento. “O que está acontecendo hoje nós sabíamos que ia acontecer há 90 dias. Fizemos três pedidos de informação e não foi respondido aos 18 prefeitos. De parte do Governo do Estado foi muito pouco. Sabíamos que ia colapsar. Sabíamos que só o hospital de Tubarão não ia dar conta, pois são 360 mil habitantes na Amurel. Infelizmente não fomos atendidos nos nossos pleitos. Faltou por parte da Secretaria de Estado da Saúde mais empenho, mais dedicação para que não chegasse a situação que nos encontramos hoje na Amurel”, reforçou.

Política hospitalar

Ao lado do prefeito Clésio Salvaro (PSDB), o secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, foi quem fez o desabafo e sugeriu caminhos ao secretário de Estado. “Nós e o Hospital São José já tínhamos colocado mais 40 leitos de UTI, está aí a prova da necessidade. A questão hospital, internação, UTI, é uma política feita pelo Estado. Em Araranguá, o hospital é do Estado, porque não colocar mais leitos lá? Porque não em Içara? Ampliar mais cinco no São Donato. Ficaríamos com mais 40 no São José. É importante que o Estado determine isso. Vamos ver gente morrendo em poucos dias por não ter leito. Vão ter que escolher quem vai para o respirador e quem não vai, mesmo com todo este esforço. Precisamos desta união, mas um esforço com muita rapidez. Os números positivos de hoje são os de amanhã que precisarão todos leitos de UTI”, lamentou.

O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), que tomou medidas mais rígidas diante do crescente números de casos positivados de Covid-19 relatou o momento difícil vivido pela Amurel. “De ontem para cá estamos vivendo momentos difíceis na Amurel porque não tivemos outra saída senão de medidas duras, voltar a quarentena a partir da meia-noite de amanhã devido à ocupação dos hospitais. Precisamos da habilitação dos novos leitos urgentemente e contra o crescimento dos contagiados porque se duplicarmos a quantidade e de leitos e não tiver uma ação efetiva para contar em uma semana estaremos colapsados novamente”, falou.

Ponticelli disse ainda que esta é a segunda semana que a região vive em estado grave. “Falta medicamento também. Volta da quarentena por nove dias, em Tubarão um decreto próprio vamos intensificar, recrutar servidores de outras áreas formando uma grande equipe de fiscalização, elevando valor das multas, cassação de alvarás visando manter as pessoas em casa. Os serviços essenciais vão continuar porque precisamos conter esse crescimento vertiginoso”, citou.

As respostas do secretário

O secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, rebateu falas de alguns dos participantes. Ele começou ressaltando as compras de medicamentos utilizados por pacientes entubados. “Há uma dificuldade de distrição de insumos para o Brasil inteiro. A secretaria se manifestou há mais de 60 dias ao Ministério da Saúde para que se fizesse uma aquisição centralizada. Em tese a responsabilidade de compra é das unidades hospitalares, mas mesmo assim o Estado fez uma solicitação de um quantitativo suficiente para todas as unidades hospitalares. O Estado não tem mecanismo para fazer compra, o que propomos foi a compra centralizada do ministério que garantiu a entrega em 24 horas da quantidade para suprir os nossos hospitais”, argumentou.

Ribeiro disse desconhecer a devolução de equipamentos por parte de hospitais, citada pelo presidente da Fecam. “Desconheço a informação de devolução de leitos. Para serem habilitados, os leitos precisam estar ativos, disponíveis à sociedade., Tubarão, cinco leitos deveriam estar ativos da mesma forma 10 no Hospital São José em Criciúma. Mesmo não estando habilitados, eles precisam estar ativos. De qualquer forma, precisamos reforçar as UTIs. Estive na região há 20 dias e discutimos sobre a colocação de leitos novos. Visitei Laguna e Imbituba e temos algumas unidades que podem ter leitos aumentados, mas os hospitais precisam demonstrar o interesse em ter estes leitos”, revelou o secretário, acrescentando que o Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão não recebia recursos do Estado e passou a receber R$ 2 milhões por mês sem a necessidade de apresentar produção.

Ele ainda respondeu o motivo que resultou no atraso de repasses. “Atrasou os repasses porque 88 hospitais precisaram ser contratados novamente porque não havia dispositivo legal. Ficamos em torno de 20 dias aguardando documentos. A partir de hoje (quarta-feira) os recursos estão sendo depositados. Os hospitais estão encaminhando notas, quando ela chega, o recurso é empenhado e repassado. Todos os recursos serão repassados a hospitais e prefeituras. Podem ter certeza disso”, disse.

Leitos em Araranguá

Ribeiro revelou ainda que a Secretaria de Estado da Saúde analisa a possibilidade de habilitação de leitos no Hospital Regional de Araranguá (HRA). “Em nossos hospitais solicitamos leitos. Pedi para que Araranguá se estruture para habilitar de cinco a dez leitos. A situação é preocupante para todos nós. É importantes que estejamos muito próximos. O Estado traz ferramentas para que os municípios entendam a situação e pontualmente estamos retomando algumas ações que devem ser de Estado. Tomaremos atitudes se assim for necessário”, pontuou.

Audiência para apresentar investimentos

Também participando da reunião, a deputada estadual, Ada De Luca (MDB), revelou que foi aprovado na Comissão Especial de Acompanhamento dos Gastos Durante a Pandemia, formada na Alesc, o pedido de realização de uma audiência pública para apresentação dos investimentos feitos no combate à Covid-19. “Queremos informações de tudo que foi feito, será feito, onde foram aplicados os recursos, para que possamos repassar as informações para a população catarinense. Esta audiência será de suma importância, porque vamos a todos os detalhes. A primeira porta que o cidadão bate é da prefeitura, então temos que dar todas as ferramentas. São três meses cobrando do Estado”, citou

Tags: coronavírus

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