O decreto que autoriza o início da distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes da rede estadual de Santa Catarina foi publicado na última quinta-feira (07). A iniciativa tem como objetivo combater a pobreza menstrual nas escolas e está vinculada ao programa Gente Catarina. Em entrevista ao programa Adelor Lessa desta segunda-feira (11), na Rádio Som Maior, a coordenadora regional de educação de Criciúma, Ronisi Guimarães, deu detalhes sobre de que forma os absorventes serão distribuídos para as estudantes da região.

"As meninas, a partir de 10 anos, que pertencem a famílias que tenham cadastro nos programas sociais, o CadÚnico, do governo federal, a partir do dia 20 de abril as escolas receberão os absorventes e farão a distribuição à essas meninas. Serão em torno de 15 absorventes por mês distribuídos para as alunas. O objetivo maior da Secretaria Estadual de Educação é trabalhar na orientação e conscientização das meninas, do processo natural, que é o ciclo menstrual, e em relação a higiene, olhando muito para o lado biológico do corpo feminino", explica.

No sul do estado, há em torno de 30 mil alunos matriculados, sendo quase metade de meninas. Ronisi Guimarães alerta que há situações em que, por falta de acesso a absorventes, alunas deixam de frequentar as aulas. 

"O programa acendeu um alerta muito grande para nós educadores de algo que a gente não percebia, que não era sobre a aluna que não pedia absorvente, mas aquela não vinha para a escola. Eu estou na educação a 29 anos e isso é uma rotina para nós, a aluna pedir um absorvente. Isso é muito comum. Mas, a luz se acendeu para aquela aluna que não vinha para a escola, que não tem acesso ao absorvente ou que não tem informação adequada. Muitas vezes tem acesso ao material higiênico, mas não tem orientação. E o programa chega para isso", pondera a coordenadora.

As aulas na rede estadual de ensino estão 100% presencial na região sul. "Nós estamos em um trabalho muito forte de resgate. É um momento em que as escolas, principalmente nesse primeiro trimestre, fazem esse resgate pedagógico, alinhando conteúdos, situações de aprendizagem, para que tenhamos a exata noção do resultado desses dois anos. Desde o nosso retorno parcial, em setembro do ano passado, que os pais tenham tranquilidade porque o local é seguro. Nada substitui a vivência social que a escola proporciona. Estamos 100% trabalhando com muita responsabilidade", finaliza ela.

Confira o podcast da entrevista da coordenadora regional de educação, Ronisi Guimarães: