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Água: Demanda duplicada em dois anos

Controle de irrigação e cuidados referentes à perda de água tratada são algumas das medidas elencadas
Por Vanessa Amando Criciúma, SC, 22/03/2019 - 13:41
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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Um prognóstico de quando o Plano de Recursos Hídricos foi apresentado apontava que a demanda pela água no estado poderia crescer e dobrar em dois anos. “Era uma projeção otimista do ponto de vista econômico, mas que acendeu um alerta para a questão ambiental de que pode não haver recursos hídricos suficientes dentro desse período. E isso também para as Bacias do Sul”, avisa o engenheiro Vinicius Ragghianti, coordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

“A demanda para a irrigação, por exemplo, manter-se-ia estável porque o setor não teria um crescimento acentuado, mas a região tem potencial para crescimento da demanda industrial, o que, aí sim, poderia ser um problema do ponto de vista ambiental”, pontua.

Os 29 municípios abrangidos pelas Bacias Hidrográficas dos Rios Araranguá, Urussanga e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba são: Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Balneário Rincão, Cocal do Sul, Criciúma, Ermo, Forquilhinha, Içara, Jacinto Machado, Jaguaruna, Maracajá, Meleiro, Morro da Fumaça, Morro Grande, Nova Veneza, Passo de Torres, Pedras Grandes, Praia Grande, Sangão, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Siderópolis, Sombrio, Timbé do Sul, Treviso, Treze de Maio, Turvo e Urussanga.

Soluções apontadas

O Plano ainda sugeriu mais de 30 ações para o estado como um todo, as quais foram divididas entre alguns grandes objetivos. O principal deles é para diminuir ou melhorar a eficiência com que a água está sendo usada atualmente.

“Sobre a quantidade, existem ações de estímulo para que haja mais eficiência no uso da água no setor industrial, por exemplo, como tratar e reaproveitar a água. Outra solução é sobre a captação da água que é distribuída à população. A média do estado é que cerca de 40% do volume de água captado é perdido ao longo da distribuição, então há uma meta específica para que haja diminuição nessa perda. Do ponto de vista da qualidade, a principal solução realmente é o saneamento, é investir em coleta de esgoto”, ressalta o engenheiro.

E há uma meta específica para a região Sul, que é reduzir em 28% a demanda total de água até 2027. Entre as soluções estão ações para otimização do uso da água na irrigação (a região do Extremo Sul é responsável por 54% de toda a demanda de água para a irrigação do estado, sendo somente a Bacia do Rio Araranguá responsável por 41% desta demanda), capacitação de usuários de água, melhorias nos sistemas de saneamento, ampliação da rede de monitoramento e estudos de preservação.

Atitudes: o que está sendo feito

A gestão de recursos hídricos em Santa Catarina é executada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, através da Diretoria de Recursos Hídricos (DRHI). O diretor de Recursos Hídricos do Estado, Bruno Henrique Beilfuss, afirma que algumas ações de curto prazo já estão sendo executadas na região Sul.

“Uma necessidade que o Plano apontou é regular o uso da água e o Sul do estado tem uma demanda muito alta, principalmente a irrigação na agricultura. Quanto a isso, já está sendo feita, através de outorga, que é a autorização para uso da água, a regulação da quantidade de água destinada para a irrigação. O Sul já tem de sete a oito mil hectares outorgados”, adianta Beilfuss.

No mais, segundo ele, o estudo apontou como grandes entraves para a água no estado a questão da qualidade, o que é afetado, principalmente, pela deficiência em saneamento básico, também detectada na região Sul. O diretor lembra que o Estado investiu bastante em saneamento nos últimos anos, o que deve continuar nos próximos dois anos, aumentando o índice de cobertura, mas ainda sem ser suficiente.

“Essa é uma solução a longo prazo, a ampliação ou construção, onde não tem, da rede de esgoto. Também nesse sentido da qualidade, está sendo implantado em todo o estado o Programa de Monitoramento de Qualidade da Água. O objetivo é que ele seja contínuo, identificando problemas, falhas e o que pode ser feito para resolver isso”, explica Beilfuss.

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