A confusão sem precedentes, que terminou com agressão ao trio de arbitragem em uma partida da Liga Atlética da Região Mineira (LARM), em Nova Veneza, deve ser analisada pelo Departamento de Esportes do Município. O incidente aconteceu na tarde do último domingo, 28, na partida entre o City e Jardim Florença, no jogo de volta da semifinal, realizado no estádio Darci Marinho. A partida foi encerrada aos 29 minutos do primeiro tempo, após reclamações e agressões, supostamente vinda dos jogadores e comissão técnica do Jardim Florença, ao trio de arbitragem. O árbitro André Martinho Miguel registrou Boletim de Ocorrência ainda no domingo.

As reclamações começaram depois de um pênalti marcado contra o Jardim Florença. Minutos depois, uma nova falta controversa marcada contra a equipe intensificou a revolta da comissão técnica. O treinador, Edaltro Bortolotto, também vereador de Nova Veneza, e o goleiro da equipe foram expulsos por reclamação acintosa. A partir daí a confusão generalizou e o árbitro relata o começo de ameaças e agressões.

“O goleiro e o treinador invadiram o campo depois de expulsos e o goleiro empurrou o André (Martinho Miguel, árbitro). A partir disso começaram as agressões. A torcida invadiu e agrediu a gente também. As agressões só cessaram quando conseguimos chegar no nosso vestiário”, conta o assistente Peterson Ribeiro.

A ação da comissão técnica, jogadores e diretoria do Jardim Florença foi amplamente criticada pela LARM. Guilherme Gomes, presidente da liga, levantou até a hipótese de exclusão dos agressores do futebol. “Se dependesse de mim eles estariam banidos do futebol, sem dúvida nenhuma. Se fizeram algo de errado, precisam pagar por isso”.

Ainda na avaliação de Guilherme, o fato de o técnico também ser vereador de Nova Veneza não deve influenciar o caso. “O partido da LARM chama-se arbitragem, nós não temos partido político nenhum. O árbitro relatou que ele foi o líder e o incitante de toda a confusão, ele como um líder não poderia se comportar assim”, salientou.

Repercussão

O caso repercutiu em instâncias nacionais. A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) lançou nota de repúdio contra os agressores.

O mesmo foi feito pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina.

Defesa

A súmula elaborada pela arbitragem consta agressões verbais e fisicas do técnico, jogadores e presidente do Jardim Florença. Edaltro Bortolotto, treinador, foi procurado pela reportagem e se limitou a dizer que a versão do árbitro é "mentirosa". Ele cumpre agenda em Florianópolis e destacou que explicará tudo na Câmara de Vereadores de Nova Veneza.

“A minha defesa será apontada amanhã (quinta-feira) à noite na sessão da Câmara de Vereadores de Nova Veneza. O que o juiz colocou na súmula é uma inverdade. Não vi o relatório, mas me contaram o que foi escrito. Não sei porque ele tá fazendo esse tipo de situação, mas eu não participei da briga. Amanhã será esclarecido em público”, declarou.

Na terça-feira foi entregue o relatório da partida para o Departamento de Esportes de Nova Veneza, que vai fazer a análise do caso. A Liga aguarda o parecer para tomar as atitudes. Guilherme Gomes salienta que a súmula não se baseou no vídeo gravado das agressões, mas pela observação do árbitro e dos auxiliares.

E o campeonato?

A partida terminou aos 29 minutos da primeira etapa, com o placar de 1 a 0 para o City. Como foi encerrada previamente, o resultado, que levaria o City à final não foi homologado. A LARM aguarda a decisão do Departamento de Esportes do município para definir se o City estará de fato na final e se o Jardim Florença, equipe agressora, está eliminada. A final ocorre já neste próximo fim de semana.