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Para mim é estranho. Acho estranho e acho que tem que parar de normalizar

Por Beth João 17/11/2023 - 05:36 Atualizado em 17/11/2023 - 06:45

Um dia destes fui a um encontro com amigas e tem me chamado atenção o comportamento de algumas que parece ser normal.
Eu acho estranho.
Ambiente agradável, conversa boa, bebida boa, enfim, tudo bom.
De repente olho para um outro ambiente com algumas das convidadas, todas no celular, completamente alheias ao que estava acontecendo.
Tipo aqueles macaquinhos: não vejo, não escuto, não falo.
“Mas hoje é assim“, diriam umas.
“Mas tu és de outra geração”, diriam outras.
Verdade, sou de outra geração.
Da geração que, quando vai a um café na casa de amigas, fica na mesa conversando, seja um assunto interessante, seja jogando conversa fora ou dando risadas.
Sou da geração que, quando é recebida na casa de alguém, fica na sala trocando informações e não isolada em outro ambiente no celular.
Sou de uma geração que vai a festas para se divertir, encontrar amigos, e no dia seguinte rir sozinha dos bons momentos.
Não faço parte, graças a Deus, desta geração que vai a festas e passa horas e horas procurando lugares “legais”, para uma foto, deixando de aproveitar momentos preciosos.
Acreditem! Outro dia alguém me disse que na festa não tinha um “lugar instagramável”.
Sou de uma geração que valoriza a companhia de pessoas, e que não enlouquece se deixa o celular em casa.
As vídeo chamadas e as selfies aumentaram muito os transtornos com este excesso de exposição da própria imagem, este foco todo no visual, esta obsessão por parecer sempre bem e a imagem on-line (com tantos filtros), não estar de acordo com a imagem do espelho, está fazendo com que uma geração inteira busque procedimentos estéticos desnecessários.
Esta geração “antenada“, das redes precisa saber que like não é afeto, que seguir de volta não é amizade, que rede social não é vida real, que seguidores podem ser comprados, que carros de luxo podem ser alugados, que uma vida perfeita mostrada na rede pode ser de mentira, e que tudo o que é falso não tem valor.
Sou mesmo de outra geração, da geração que não precisa se tornar a melhor versão de si.
Sou da geração normal, que apenas quer existir, oscilando entre dias ótimos, dias mais ou menos e dias de merda.

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