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Vozes que cantam e encantam

Os 53 anos da Associação Coral de Criciúma são lembrados. Muita luta para manter o brilho do canto criciumense
Por Redação Criciúma, SC, 01/12/2018 - 15:25
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São vozes carregadas de sonhos. Mulheres, homens, senhoras e senhores na sua maioria. A cada acorde, lembranças carregadas de emoção, saudades e muita responsabilidade. Afinal, compor uma das dezenas de atuais vozes da Associação Coral de Criciúma (ACC) faz remontar uma tradição. Há exatos 53 anos, em 1º de dezembro de 1965, figuras como Arlindo Junckes, Valdenir Zanette e Francisco Faraco, entre outros, reuniam-se sob um ideal.

“Dar uma marca ao canto coral criciumense”. Assim, modesto como sempre, define o início do sonho o contabilista Francisco Faraco, já grisalho do alto de mais de cinco décadas encorpando o coral. De voz grave e imponente, Faraco é a cara da ACC. Está entre os coralistas desde a primeira apresentação. Viu todos passarem por lá. “É uma vida”, resume.

Um maestro prefeito, ou seria prefeito maestro, foi um dos primeiros grandes líderes da ACC. Arlindo Junckes, que comandou a prefeitura de 63 a 65, era grande incentivador da erudição criciumense e teve papel destacado na fundação do grupo. “Era um homem que gostava muito das artes”, destaca Faraco. O maestro Valdenir Zanette, o Zé do Mato, foi outro ícone. “Nos ensaiou muitas e muitas vezes”, recorda, saudoso.

Um dos ensaios da Associação Coral de Criciúma / Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna

A bandeira do Festival

Faraco foi o maior presidente da história da ACC. Inúmeras vezes, quando parecia que a chama se apagaria, lá estava Faraco, reunindo amigos, coletando vozes, chamando para os ensaios. Guardando tudo o que podia, de partituras a atas, de vestimentas a instrumentos. O incêndio que abateu a extinta Rádio Difusora, em 1977, também tocou a ACC. “Perdemos muita coisa”, lembra.

Quis o destino que, recomposto o prédio vizinho à Igreja São José onde operava a Difusora e funcionava a ACC, ela voltasse para lá. Onde está até hoje. Ali, semanalmente, os coralistas reúnem-se para animados ensaios. Mas, ultimamente, andam lamentando uma perda.

“É que tínhamos um festival”, pondera Faraco. Foi do entusiasmo da ACC que nasceu o Festival Internacional de Corais, cuja 24ª edição foi realizada no ano passado. O desinteresse do poder público em apoiar o evento fez, depois de muitos anos, ele parar agora. Não houve 25ª edição, que deveria estar em andamento. “Uma tristeza. Éramos referência, trazendo corais de tantas partes para cá. E agora isso. É uma pena para Criciúma”. Tem razão o presidente Faraco. Foram tardes e noites muito felizes nas últimas décadas. “Que um dia voltem com o nosso Festival”.

É muita paixão pelo coral

Os coralistas em um momento de preparação / Foto: Guilherme Hahn / A Tribuna

Apaixonada pela música, a contralto Nilda do Nascimento dos Anjos é uma das componentes mais antigas da Associação Coral de Criciúma (ACC). Faz mais de 30 anos que ensaia e canta com o grupo. Segundo ela, entrou quando a ACC estava no auge e realizava diversas viagens pelo Brasil. Até no Exterior já andou, quando da épica excursão ao Chile há mais de uma década. O amor por cantar vem de família, passado de seus pais que também eram cantores.

“Eu nasci na música e entrei para o coral em 1984. Cheguei a ficar três anos fora para terminar a faculdade de Letras. Hoje eu não canto só neste coral, como também no Espírita e no do Hospital São José”, lembra. “A minha família é de cantores, minha mãe era considerada a melhor contralto do coral de Imbituba. A nossa família tem um coral em Florianópolis, chamado Fielsons, até CDs já foram gravados”, destaca.

Por dois anos, Nilda foi secretária do coral, escrevendo periodicamente sobre as histórias do grupo. “Em 2009 eu pedi para fazer algo sobre o coral. Desde então, publicava informativos. Agora usei essas informações para desenvolver uma poesia, escrevi a original em uma hora, peguei e fui direto, tudo com informações que tinha na cabeça. Agora quero fazer um hino do coral”, revela.

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