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Uma nova BR-101 para o Sul

O ritmo é de muitas obras na rodovia. O próximo passo, a instalação das praças de pedágio. A reportagem de Toda Sexta percorreu a rodovia
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 19/10/2020 - 17:00 Atualizado em 19/10/2020 - 17:11
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito

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A revista e jornal Toda Sexta percorreu, para sua edição 003, os caminhos da BR-101 Sul entre Passo de Torres e Paulo Lopes. É nessa extensão que a rodovia, hoje em obras, encontra-se sob concessão à CCR Via Costeira. A empresa opera a recuperação do trecho e, em 2021, inicia a cobrança de pedágios em quatro praças. A reportagem do jornalista Marciano Bortolin e do repórter fotográfico Guilherme Hahn explica as intervenções que estão sendo feitas, o que consta no contrato e o que de melhorias virá no futuro. Confira:

Os primeiros trabalhadores desembarcaram no trecho da BR-101 para iniciar as obras de duplicação em 2005 e com eles a esperança de uma rodovia estruturada, segura e com conforto aos usuários. Além da obra demorar - foi finalizada em 2016 - aquela via perfeita ficou só nos sonhos.

Sem concessão, o asfalto, as pontes, as passarelas, a sinalização passaram a se deteriorar, levando ainda mais perigo a motoristas e pedestres. Agora, a realidade passa a mudar e quem passa pela rodovia reaviva aquela esperança de 2005.

Isso se deve à concessão do trecho sul que teve como vencedora do leilão a empresa CCR ViaCosteira que assumiu o trecho em agosto e desde então já colocou os trabalhadores na pista. Neste primeiro momento, são 20 equipes dedicadas somente à parte estrutural, que recuperam o asfalto e fazem a manutenção de obras de arte, recuperação de pontes, viadutos, sinalização, entre outros. “Ficamos muito felizes em vencer o leilão em fevereiro e por isso sente-se esta movimentação toda. Queremos colocar a cara da rodovia no nosso formato logo. Estar com a nossa cara o mais breve possível”, destaca o diretor-presidente da CCR, Fausto Camilotti.

Outros dez grupos se dedicam às roçadas e ao recolhimento do lixo ao longo da rodovia, cada um contando com nove profissionais. Outras dez equipes trabalham ainda nas passarelas. São 20 em 220 quilômetros, sendo 14 de concreto e seis metálicas. “Quando a gente assume, a nossa preocupação é com a segurança viária, e o nível de corrosão em passarela faz mal para o pedestre. Se encosta na passarela e ela está corroída, o cliente corre o risco até de adquirir uma doença. E também, é claro, o reforço estrutural. Tem que olhar a estrutura para ver se não está comprometida”, fala.

Manutenção e conservação

Camilotti reforça que o trabalho realizado desde o dia 7 de agosto, quando iniciou a operação da CCR, é voltado apenas para a manutenção e que os demais serviços vêm na sequência. “Tudo isso é trabalho de manutenção e conservação, porque vem na sequência os serviços de socorro médico e mecânico e a implantação das praças de pedágio. Pode-se observar que tem passarela que está sendo pintada e a colocação de telas para evitar que o pedestres atravessem sob a passarela. Tem que atravessar nela, e não debaixo dela”, lembrou.

Para a recuperação do pavimento, foram contratadas três empresas que irão utilizar cerca de 70 mil toneladas de asfalto em menos de um ano. Outro trabalho já realizado e que gera maior segurança a quem transita pela BR-101 Sul é a manutenção dos dois túneis. 

Santa Catarina: um sonho antigo

Camilotti, que atua na CCR há 21 anos, revela que Santa Catarina era um sonho antigo da empresa. “Componho o pessoal que faz as avaliações para verificar se o lote dá condições de negócios, então eu já vinha avaliando Santa Catarina há dois anos. A gente já tinha um interesse muito grande de pisar em território catarinense até pelo que a gente ouvia do estado. O Produto Interno Bruto (PIB) é bacana, tem incentivo fiscal, tem muita indústria, o estado é pujante, então a gente enxergava bons negócios. Via Santa Catarina como uma terra promissora”, relata.

Há dois anos administrando a BR-101 no Rio Grande do Sul, ao assumir o trecho catarinense, que inicia em Paulo Lopes e vai até Passo de Torres, a CCR atua em sinergia entre os dois estados. Agora, são sete os estados onde a empresa está presente.

Avaliação criteriosa

Antes de participar do leilão de uma determinada concessão, o diretor-presidente da  CCR diz que a empresa estuda tudo. “Avaliamos estimativa de PIB, como é a economia local, como é a atuação das prefeituras, do Estado, a vocação do estado, o que mais movimenta a economia. Olhamos a parte setorial para ter a certeza da composição do tráfego. No Sul de Santa Catarina, por exemplo, vimos que a vocação principal é a construção civil, então precisamos avaliar para ver se o tráfego vai crescer, se vai permanecer. Porque a receita vai ser só do pedágio. Com base nisso fizemos um estudo técnico. Tem todo um trabalho de sinergia para chegar a um preço mais atraente”, fala.

Com este amplo estudo em mãos, a CCR definiu o preço a ser cobrado nos pedágios para manter e fazer investimentos na rodovia. “Serão quatro praças de pedágio que estão em construção: Laguna, Tubarão, Araranguá e São João do Sul. Todas com a mesma tarifa de R$ 2, que é reflexo do desconto que a gente deu. A tarifa básica era R$ 5,19. Quando o Ministério da Infraestrutura pública editais, e fala que vai conceder um pedaço, ele solta um processo de concorrência no mercado. Junto a isso ele apresenta um estudo de viabilidade. Ele estuda antes para avaliar se todos os investimentos que vão ser demandados, o tráfego suporta com determinada tarifa. Neste estudo foi dito que era R$ 5,19, aí entram os proponentes. Através dos estudos realizados pela CCR, vimos que era possível uma tarifa de R$ 2, o que é mais atraente aos usuários”, ressalta.

Camilotti lembra dos benefícios gerados mesmo com uma tarifa menor que aquela divulgada pelo Ministério da Infraestrutura no lançamento do leilão. “O motorista de veículo pequeno que paga R$ 2 já tem um resultado representativo, porque passa a diminuir o tempo de deslocamento, tem assistência 24 horas, entre outros. Os grandes, com sete, cinco eixos, a cada praça vai pagar R$ 10. Olhe o benefício que vai ter. A depreciação do veículo será menor, o custo da viagem, o itinerário mais rápido, faz com que o próprio detentor do caminhão ganhe com isso, pois quem paga é quem carrega. Diferente de uma rodovia que não é concedida. Não tem o pedágio, ótimo! Mas será que as condições são iguais? Tem o socorro 24 horas? Tem tecnologia? Tem pavimento adequado? Vai depreciar o caminhão? Com certeza! Ele vai demorar mais para chegar, vai gastar mais diesel, passar em mais buracos, tudo isso faz que o programa seja cada vez mais bem avaliado”, menciona.

Recuperação e ampliação da iluminação

Outro fator que contribuirá com a segurança da BR-101, a partir dos novos investimentos recebidos via concessão à CCR, será a iluminação e a empresa possui um programa de recuperação e ampliação. “Teria que ser feito em um ano, mas o nosso compromisso é antecipar tudo. Temos 210 quilômetros de iluminação pública para revitalizar. Tudo que está apagado, eu tenho que voltar com isso acesso. Eu não posso deixar o meu cliente andando de carro ou atravessando no escuro. 
Se aquele trecho foi iluminado, algum motivo tem, ou é porque está atravessando uma área urbana, tem mais conflitos, mais acessos, mais veículos entrando e saindo, pedestres. Precisamos reacender tudo isso. Vamos trocar cabeamento, postes e as lâmpadas para LED, pois temos o compromisso de ser ecologicamente corretos”, enfatiza.

Além de recuperar o que já existe, mas não está funcionando, a CCR ViaCosteira ampliará a iluminação em mais 178 quilômetros. 

Além das reformas e manutenções,  o que será construído pela CCR:
71 quilômetros de vias locais
98 quilômetros de faixas adicionais
178 quilômetros de iluminação
18 passarelas
42 dispositivos

Mais de R$ 8 bilhões em investimentos

Está nos planos da CCR ViaCosteira investir em torno de R$ 8 bilhões na BR-101 e ainda gerar 1,2 mil empregos no primeiro ano. “Depois, somando as terceirizadas, nos próximos anos, mais de três mil empregos diretos e indiretos. Daí quem trabalha conosco consome no comércio, o comércio na indústria e aquece o mercado econômico. Sem contar a compra de material de construção no local. Nos primeiros cinco anos, em manutenção, a gente deve investir em torno de R$ 1 bilhão. 
Para um estado que depende de investidor, gerando riqueza para o estado por meio de investimentos, isso é muito importante. Quando precisa de asfalto, compra da usina local. Até dos equipamentos, a manutenção é no local. Compra de comida para o trabalhador que está no canteiro de obras, é no restaurante local. O ISS começa a ser gerado desde agora. Não é só o pedágio que traz o ISS, as obras de agora também já geram mais um tributo aos municípios”, comemora.

Um verdadeiro Big Brother

Os 220 quilômetros de concessão da CCR ganharão cerca de 400 câmeras implantadas. Camilotti brinca dizendo que a rodovia vai ser um verdadeiro Big Brother, mas fala sério ao afirmar que a ação irá gerar mais segurança a quem utiliza a via. Tudo aliado à tecnologia de ponta. “Tudo isso é previsto até o terceiro ano de concessão. Se o cliente para, é emitido um sinal para a nossa sala de controle, a nossa equipe identifica e dispara o recurso para atender”, comenta.

O vice-presidente da empresa explica que o recurso que está na rodovia, fazendo o socorro mecânico e a câmera, são recursos proativos. “Existe ainda aquele que o cliente nos aciona pelo 0800. Outra novidade no contrato é um aplicativo que vem até janeiro e o cliente passa a ter uma interação conosco”, revela.

Socorro 24 horas

Até janeiro será implantado também o Socorro 24 horas, que contará com seis bases que irão possibilitar um tempo mínimo para atendimento. O serviço terá seis viaturas médicas, das quais duas UTIs, guincho leve, pesado e viatura de inspeção de tráfego. Esta viatura também é uma novidade. Ela sai de um ponto ao outro e olha tudo, placa faltando, placa amassada, sinalização”, explica.

Contrata-se

Para colocar tudo em prática, a CCR precisa de mão de obra, e por isso está com processo seletivo aberto para contratação de pessoal. “Estamos dando total oportunidade para a população local. A CCR tem esta filosofia: vem, se instalada e prestigia a mão de obra local. Os candidatos têm que se inscrever pelo site, acessa, o link “Trabalhe Conosco” e cadastra o currículo. Para contribuir com a economia local, pressupõe-se que a gente empregue a população do estado”, finaliza.

Confira essa e outras reportagens de Toda Sexta clicando aqui.

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