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"Uma mãe não pode ser julgada por delitos de um filho"

Baseado em fatos reais, documentário “Mães Órfãs – Vítimas além do crime” será lançado na quarta-feira
Por Erik Behenck Criciúma - SC, 15/09/2017 - 14:36
(foto: Amanda Farias)
(foto: Amanda Farias)

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O documentário “Mães Órfãs – Vítimas além do crime” é baseado em histórias reais acontecidas nos bairros Paraíso e Renascer, que estão entre os mais violentos de Criciúma. A produção possui entrevistas de mães que perderam os filhos para o crime e o tráfico e será lançado na próxima quarta-feira (20), no bloco P da Unesc, às 19h30min.

Os responsáveis diretos pelo documentário, o cinegrafista Léo Martins, o cinegrafista multimídia Adilton Rafael, o roteirista Diego Rosa e o responsável pela trilha sonora Alex Gabriel, além das psicólogas Janaína Damásio Vitório e Rita Guimarães Dagostim participaram do Programa do Avesso, na Som Maior FM e contaram mais sobre o projeto.

A ideia surgiu através de Alex, que é rapper, educador social e líder da Organização Não Governamental (ONG) Voz do Gueto, no bairro Renascer, que atende familiares e pessoas envolvidas com o tráfico. A produção é totalmente original, tendo sido iniciada no começo de 2017.

“Queremos enaltecer as mães. Elas não cometeram crime algum, o objetivo e o foco são elas. Eu conheço uma mãe que largou o trabalho e disse para mim que iria restaurar o filho. Ele acabou morrendo baleado próximo de casa, como fica o psicológico dela?”, lembrou Alex, que também é responsável pela trilha sonora.

A descriminação é um problema que pode gerar outras consequências. Geralmente os indivíduos não são vistos como um todo, e julgados por suas ações, sem identificar a origem.

“Dizem que o filho é espelho da mãe, mas é muito além disso. Muitas sofrem em silêncio”, garantiu a psicóloga e técnica do programa Diversidade, inclusão e direitos humanos da Unesc, Rita Guimarães Dagostim.

O objetivo é futuramente transformar o documentário em um filme. O vídeo retrata o drama das mães que tem suas vidas dilaceradas pela perda de seus filhos de forma prematura. Adilton acredita que “Mães Órfãs” será premiado, pois mostra situações verdadeiras.

“Falamos com diversos atores, como Arlete Sales e Lázaro Ramos, eles disseram que quando tiver o roteiro pronto irão analisar a proposta. Primeiro dependemos da lei de incentivo fiscal”, analisou o cineasta multimídia, Adilton Rafael, que é do Rio de Janeiro e veio a Criciúma ajudar na produção.

“Mães Órfãs” mostra aquilo que os números não revelam.  Segundo a Polícia Militar de Criciúma, desde 2014, o Renascer ao lado do Cristo Redentor são os bairros mais letais da cidade, superando a região da Baixada, com Paraíso, Tereza Cristina, Boa Vista e São Francisco. O tráfico de drogas e as armas de fogo contribuem para a situação.

“O meu filho já foi assaltado em ônibus e fui para a delegacia com ele chorando. Muitas dessas pessoas são vítimas da sociedade, essa minha opinião é baseada em conhecimento e não em achismo”, afirmou a especialista em Psicologia da Educação, Janaína Damásio Vitório.

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