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Um pouco menos de petit-pave em Criciúma

Em 2011, a remoção das pedrinhas da Praça Nereu Ramos rendeu até processo. Agora, é a vez do Parque Centenário
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 26/05/2020 - 17:07 Atualizado em 26/05/2020 - 17:16
Foto: Richardson Bett / Especial / 4oito
Foto: Richardson Bett / Especial / 4oito

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Houve uma época que as pedrinhas brancas e pretas misturadas e formando mosaicos eram os pisos de parte importante dos passeios em Criciúma. A Praça Nereu Ramos era tomada delas, o famoso petit-pave. Os mais saudosistas lembravam que nossas calçadas cobertas por elas "pareciam Copabacana", fazendo alusão a trecho da orla carioca coberta com elas.

Uma ampla obra na Nereu Ramos a partir de 2009, e acelerada em 2011, fez as pedrinhas darem lugar ao paver, o atual revestimento da praça central de Criciúma. Mas o petit-pave ainda resistiu em dois pontos, a partir de uma decisão do Tribunal de Justiça, movida pelos defensores do patrimônio histórico. “Há um decreto em vigor que não permite mais fazer novas calçadas em petit-pave. Em alguns pontos específicos até pode, mas a tendência com o tempo é o desaparecimento”, destacou, no auge da polêmica do petit-pave na Nereu, o arquiteto Giuliano Colossi, da Prefeitura.

Petit-pave era assim na Visconde de Cairú / Foto: Denis Luciano / Arquivo

Agora, outra região vê o petit-pave dar adeus ao cenário urbano: o entorno do Parque Centenário Altair Guidi. "Esse petit-pave não é patrimônio do município?" indagou Richardson Bett, residente no Bairro Santa Bárbara, nos arredores do parque. "Eu estou vendo eles colocando tudo com paver, nada de petit-pave. Tiraram as pedras e estão colocando lajotas", referiu, citando a calçada localizada entre o Paço Municipal e a Rua Visconde de Cairú. Essa troca faz parte das obras de revitalização do Parque Centenário. A etapa atual, além de recuperação dos passeios, é de cercamento, o que estará concluído em algumas semanas. Em resposta, o município faz a mesma referência aos argumentos da época da Nereu Ramos, da inviabilidade do uso do piso.

E agora, o petit-pave removido de calçada na Visconde de Cairú

"Os vizinhos estão se questionando. O petit-pave inteiro sendo arrancado da volta do Paço Municipal, tem lugares que as pedras estão perfeitas, mas em outros tinha buracos por causa das obras. E o petit-pave é um símbolo, uma característica da nossa cidade", lamentou Richardson. “O petit-pave não é mais um pavimento acessível. É uma pedra que escorrega e de difícil manutenção. A tendência é que suma do cenário urbano”, referiu o arquiteto Colossi, quando indagado sobre o uso do petit-pave.

Mas uma das dificuldades apontadas por quem cuida do patrimônio público é a dificuldade para dar manutenção. No caso do Parque Centenário, na parte central, antes da reforma em curso, as pedrinhas eram encobertas pelo mato que crescia, e tornavam-se muito irregulares, dificultando o tráfego das pessoas. O petit-pave ainda resiste, parcialmente, em algumas praças dos bairros Santa Bárbara, Próspera e Santa Luzia, e em calçadas da Avenida Centenário. Poucas, é bem verdade. “Para juntar as pedras é necessário areia e cimento, mas com a chuva e a ação de animais, bem como o fluxo de pedestres, logo elas saem do lugar e a manutenção é cara”, diagosticou Colossi.

As pedrinhas retiradas são armazenadas pela Secretaria de Infraestrutura para uso em casos de manutenção nos lugares onde o piso resiste.

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