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Um olhar criciumense para os efeitos da Covid-19 na Noruega (VÍDEO)

André Brunelli confirma que o distante país europeu já sofre com perdas humanas e na economia
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 27/03/2020 - 12:30 Atualizado em 27/03/2020 - 12:36
André no meio da neve em Trondheim, na Noruega / Divulgação
André no meio da neve em Trondheim, na Noruega / Divulgação

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A Noruega está entre os dez países mais infectados pelo coronavírus na Europa. São mais de 3,3 mil casos confirmados e 14 óbitos, conforme o último levantamento. Distante mais de 11 mil quilômetros da sua Criciúma, o engenheiro de automação André Brunelli, 33 anos, reside há oito anos em Trondheim com a sua esposa Bruna. De lá, acompanha o desdobrar da doença que alarma tanto no Velho Continente quanto por aqui.

"Aqui é passado sim de uma maneira bem alarmante pela mídia. Faz algumas semanas que a imprensa em geral está batendo na tecla e o governo adotou uma postura de abrir guerra contra o vírus. Eles instituíram a quarentena no dia 13, está bem ampla a cobertura sobre o assunto"", contou André, em entrevista direto da Noruega ao programa 60 Minutos, na Rádio Som Maior.

O isolamento social não é tão rígido quanto em várias partes do Brasil, como em Santa Catarina. "No momento não somos obrigados a ficar em casa. As pessoas são estimuladas a ficar, o governo estipulou um regime de quarentena pelo qual certas empresas pararam, como restaurantes, lojas, algumas eles ordenaram parar o trabalho, mas não é que as pessoas necessitam ficar dentro de casa. Posso sair de casa, ir no mercado, não tem polícia me questionando", relatou.

Mas o governo está preocupado com o acúmulo de pessoas em algumas regiões da Noruega, onde muitos buscam refúgio. "Em algumas situações eles estão investindo mais. Quando começou o regime de quarentena, muita gente foi para a casa da montanha, é uma situação parecida com a que houve no Rincão, onde o prefeito não quer que as pessoas vão em massa por não ter estrutura. É uma situação parecida aqui. Nas regiões de montanha, o governo teve que ter mais atitude para mandar as pessoas de volta", contou André.

Essa é Trondheim, cidade norueguesa onde vive o criciumense André Brunelli

A Noruega tem uma expressiva população idosa, o que faz acentuar a preocupação com a Covid-19. "É uma população mais velha, não vou dizer que é tão velha quanto a da Itália, a taxa de natalidade aqui é mais alta. É uma população relativamente velha, sim", confirmou. Mas o país apresenta, nos últimos dias, uma estabilização do número de casos. "Quantidade de casos por 100 mil habitantes, não está muito distante da Itália, já teve mais próximo, mas recentemente freou bem na Noruega. Em um primeiro momento a Noruega perdeu tempo, o governo não tomou atitudes mais fortes e tinha muita gente viajando para esquiar na Áustria, teve muitos casos de pessoas que voltaram doentes de lá e espalharam o vírus", referiu.

Com 5,3 milhões de habitantes, a Noruega é menor que Santa Catarina, que conta com 6,7 milhões de moradores. Mas a preocupação com o futuro econômico, pós coronavírus, é a mesma. "Um pouco antes de o Governo Federal instituir a quarentena, empresas implantaram regimes remotos de trabalho. Tem muitas empresas sendo bem afetadas. Tem suas particularidades também. Quem tem um restaurante está sofrendo muito parecido com o Brasil. Quem dependia de ganhar um salário por dia de trabalho, que o contrato não especifica quantidade de horas para trabalhar, está sofrendo bastante também", sublinhou o engenheiro. "O regime de trabalho daqui tem uma situção na qual o funcionário é posto sem trabalho, mas a partir do momento em que a empresa anuncia o regime, tem um período que era de 14 dias, mas fica agora dois dias sem salário, e depois o governo passa 70% do salário original para a pessoa", revelou.

As microempresas vêm sofrendo bastante já na Noruega. "As empresas daqui, tem microempresários sofrendo bastante. O que aconteceu forte também foi a queda do preço do petróleo, queda de demanda mundial por petróleo, a Opep abrindo guerra contra produtores americanos, o petróleo baixou bastante, tem muitas empresas do setor de óleo e gás. Os bancos daqui que estão investindo pesadamente no petróleo tiveram uma queda grande. O maior banco norueguês teve queda de 30% na Bolsa de Valores, algo absurdo. Tem setores que estão sendo bem afetados, na aviação também, a empresa norueguesa está por quebrar. A crise aconteceu, não está muito positivo", completou.

Tags: coronavírus

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